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Diápio da Gamara do» Deputados

O Sr. Plínio Silva:—Sr. Presidente: primeiramente, desejo insistir num pouto que, aliás, já aqui tratei; é que ao entrar neste debate não me move absolutamente a mínima intenção política. Entro neste debate porque o considero de economia e de administração, e já tive ensejo de dizer que em outros países tem sido muito estudada o que se chama a política do trigo.

De resto, não estou de acordo com o ponto-de vista apresentado pelo Sr. Do-mingues dos Santos, porque mantenho a doutrina quo ontem apresentei nesta Câmara.

O Sr. Presidente do Ministério não me respondeu às preguntas concretas que lho fiz, limitando-se a dizer que já tinha tido ocasião de informar o Sr. Domingues dos Santos de qual era a política do pão, que as suas declarações tinham sido tam claras, quo não era necessário repeti-las, porque toda a gente as devia ter compreendido.

Posteriormente, porém, o Sr. Presidente do Ministério começou a levantar um pouco o véu, de qual era o seu plano, e assim, tendo eu preguntado a S. Ex.a se tencionava seguir a política anterior, e, portanto, adquirir o trigo necessário para o consumo, S. Ex.a declarou que era absolutamente necessário restringir o consumo de trigo no nosso país. Portanto, a política do trigo, do Governo, é restringir o seu consumo, importar do exterior aquilo que for necessário para consumo de toda a população, mantendo as proporções até hoje estabelecidas.

Creio que é este o ponto de vista de S. Ex.a

Interrupção do Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Gr anjo] que não se ouviu.

Posto isto, entendeu o Sr. Presidente do Ministério que os 80:000 contos que diz necessários para obter o trigo para as necessidades do país correspondem aos 200 milhões de quilogramas...

1 O Orador: — Está portanto assente que j o Sr. Presidente do Ministério pensa fazer a restrição o parece que S. Ex.a muito facilmente poderia fazer os seus cálculos, de fornia a estabelecer o quantum dessa' restrição.

O Sr. Dr. Brito Camacho declarou, pelas informações que tinha sobre a colheita deste ano, que a produção não chegaria para seis meses.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo):— Pelo cálculo que se pode fazer com os elementos existentes no Ministério da Agricultura, verifica-se que a produção deste ano é sensivelmente superior em área à produção do ano passado, mas, simplesmente, como V. Ex.a sabe e melhor do que PU, o trigo é inferior, tendo um peso menor que o do ano passado. Calculo assim que a necessidade da importação seja, quando não superior, pelo menos igual à do ano passado, que foi de 1.800:000 quilogramas.

O Orador: — Sr. Presidente: se, de facto, os elementos colhidos piilo Sr. Dr. Brito Camacho, quere dizer, se a produção do país este ano não chega para seis meses, V. Ex.a precisará, não de 200 milhões de quilogramas, mas de 438 milhões de quilogramas, porque a importação quoY. Ex.a calcula ser necessária, a dos 200 milhões de quilogramas, chegará apenas para 85 dias.

Estes números giram em torno de um, que eu considero fundamental e com o qual, mais ou menos, todos ostão de acordo, que é o consumo diário, e por habitante, de 400 grcimas de pão...

O Sr. Aboim Inglês:—V. Ex.a esqueceu-se de que metade da população come milho.

O Orador: — Não esqueci. É exacta ' mente aí que pretendo chegar. Apartes.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (Autónio Granjo): — O que eu disse foi que o déficit calculado pelo Ministério da Agricultura seria de 200 milhões de quilogramas e que 80:000 contos era uma quantia que eu calculava já na suposição da restrição do consumo.