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S«uâo de í? de Agosto de

missariado dos Abastecimentos não abre crédito com uma casa comercial?

Até aqui era feito o fornecimento por concurso e a abertura de créditos deu o quo se viu. Agora sem concurso ainda será pior.

O Orador : — O Governo pensa em to-inar por intermediários os produtores de milho e mercados. Isto não quere dizer que o Governo, em caso do urgência, não tenha que íirmar contrato com qualquer casa comercial para acudir às necessidades.

Foi o que fez o Ministro da Agricultura já, e porventura o poderá fazer o Ministro na minha situação.

Mas, repito, não queria que S. Ex.a imaginasse que na discussão fosse envolvido S. Ex.a

S. Ex.a empregou as palavras «créditos de que o Governo precisasse para viver».

Eu não ponho a questão para este Governo, ponho-a para qualquer Governo, e por isso disse que o Governo precisava pelo menos 80 mil contos de crédito para a proposta do Governo, ou do Governo da K.epública.

Mas se o pensamento de S. Ex.a é o que resulta das suas palavras interpretadas literalmente, se a Câmara queria apenas votar os créditos indispensáveis para Gste Govôrno poder viver, se ó ôste o seu pensamento, não é, de facto, o meu.

O Sr. Manuel José da Silva:— V. Ex.a vai ver como enferma do vício de origem o seu. raciocínio. Y- Ex.a vem dizer que pede esse crédito para qualquer outro Governo.

£ Entende que o Estado não deve ter intervenção nos abastecimentos?

Nesse caso seriam precisos apenas 5 contos, nem isso.

O Orador: — Ainda mesmo nessa hipótese, hipótese que apenas serve para prolongar um pouco o debate, ou agravá-lo, nessa hipótese não haveria proposta se o Govôrno que viesse entendesse que não precisava dos créditos.

O Sr. Júlio Martins : -'— Mas poderão já estar gastos pelo Governo anterior.

O Orador" — Digo eu, se a Câmara quere

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apenas dar a este Govôrno, até a abertura do Parlamento, esta autorização para abastecer Lisboa e Porto durante o intervalo parlamentar, direi o,ue basta a proposta do Sr. Brito Camacho.

Se, porém, a Câmara quere fazer um acto de administração. . .

O Sr. Augusto Dias da Silva: — O Governo deve dizer ao Parlamento o que precisa.

O Orador:—Já o disse à Câmara. E, se a Câmara quere encarar o probloma como acto de administração, e não sob o ponto de vista patriótico, e não seja essa autorização dada a outro Governo, Então o crédito será o necessário para cobrir o déficit do pão. Será de 80 mil contos.

Esse cálculo ó feito por baixo, pela razão de que é necessário restringir o consumo de trigo no país.

Á questão está assim explicada. A Câmara fará o que entender.

O Sr. Ladislau Batalha: — Sr. Presidente : pouco tempo levarei nas considerações que vou fazer, visto que há toda a necessidade de ser breve.

Sr. Presidente: os socialistas não têm o propósito de criar dificuldades aos governos, têm simplesmente o desejo de defender os seus princípios. Outrossim declaro que com as minhas palavras não terei jamais a intenção de ser desagradável, pessoalmente, a S. Ex.a o Sr. Presidente do Ministério, por quem tenho o maior respeito e consideração. Mas — costuma dizer-se— amigos amigos e negócios aparte. Em política também é assim.

O Sr. Presidente do Ministério veio à Câmara pedir autorizações. Da parte de alguns parlamentares, S. Ex.a recebeu o convite para expor à Câmara o seu objectivo. A verdade ó que S. Ex.a apenas nos disse aquelas vagas -palavras de um hábil político, mas infelizmente político na acepção pejorativa da palavra.

Nada nos disse de concreto, mas de seguida atirou-nos a todos com um comissário de víveres.