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35:000, porquanto já se votaram, quatro duodécimos.

O Sr. Augusto Dias da Silva: — Julgo que .de nada servem esses 30:000 contos. Ò Governo não poderá, só com eles, fazer as operações financeiras que diz ter em vista, nem efectuar a compra de trigos em condições favoráveis.

O Orador: — Nesse caso aconselho-o a que rejeite. (Risos).

Calculo que mais largamente o Governo poderá agir com os 30:000 contos da minha proposta do que com 15:000 contos da proposta do Sr. Domingues dos Santos. (Apoiados).

E, Sr. Presidente, nada há que impeça o Governo de convocar extraordinariamente o Congresso logo que se sinta falho de elementos de governação.

Simplesmente eu quereria que tal necessidade não se fizesse sentir tam depressa, pois se corria o risco de haver uma convocatória feita pelo Governo e o Parlamento não reunir. Estamos aqui há um ano e meio, e mesmo os que nada têm feito se sentem cansados.

Seria lamentável fechar-se agora a Câ-inara para logo, após uns dez ou quinze dias, o Governo fazer a sua convocação para nos pedir mais dinheiro. Suponho que, com a minha proposta, o Governo ficará mais ou menos habilitado a viver até Outubro, podendo convocar o Congresso para os primeiros dias de Outubro, se isso lhe for indispensável. Foram estas considerações que me levaram a pedir a palavra e o ter de enviar para a Mesa a proposta que já li.

Tenho dito.

O. Sr. José Domingues dos Santos: —

Sr. Presidente: não foi inteiramente perdido o tempo que tem sido ocupado na discussão da minha, proposta. O que eu, sobretudo, por ela pretendia, era que o Governo falasse.; que o Sr. Presidente do Ministério nos dissesse o que necessitava. Vejo que, forçado um pouco pela minha proposta, S. Ex.a começou a falar.

Não disse tudo ainda, mas já declarou que o crédito proposto não basta e por consequência não satisfaz a minha proposta. Nestas condições, apenas me resta Jazer uma cousa: retirar a minha proposta,. (Apoiados).

tHàrio da Câmara dos beputaâos

Declarei que não votava créditos ilimitados. Apresentei a proposta para que o Sr. Presidente do Ministério dissesse quanto necessitava. S. Ex.a não quis, porém, dizê-lo. A culpa não é minha. A culpa não ó do Parlamento. A culpa será, unicamente, de S. Ex.a

Sr. Presidente: não apresentei a minha proposta por habilidade política. Apresentei-a tam somente com a idea que da sua discussão alguma cousa de útil se conseguiria.

Certamente pela repugnância que temos em fixar qualquer quantitativo, S. Ex.a há-de vir ao Parlamento dizer o que precisa para governar.

E nestas condições que peço a V. Ex.:i consulte a Câmara sobre se permite retire da discussão a proposta que tive a honra de mandar para a Mesa.

Antes de terminar, seja-me permitido levantar umas palavras do Sr. António Granjo.

Não ataquei o Sr. Lacerda, e nas críticas que fiz, não tive o mais leve intuito, mas no meu livre direito de crítica entendi dizer que a proposta, tal qual estava feita, iria dar faculdades ilimitadas ao Governo e ao comissário.

Como Deputado, entendo também merecer a resposta do chefe do Governo.

O Sr. Granjo declarou que não respondia, não por menos consideração para comigo, e explicou o seu pensamento, não tendo, disse, para mim qualquer atitude de menos correcção.

Eequeiro, pois, seja retirada da discussão a proposta que enviei para a Mesa.

Concedido.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo): — Por forma nenhuma quis afirmar, com as palavras que proferi, menos consideração por S. Ex.a o Sr. Domingues dos Santos.

Quis apenas fazer notar, a quem quer que fosse que tal dissesse, que esta proposta não ia colocar um crédito na mão do Comissário dos Abastecimentos.

Com tal frase poderia alguém entender que era uma expressão violenta.

Não quis existisse a dúvida sobre a abertura de créditos com casas comerciais.