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a Câniora do$ t>cput

Tendo S. Ex.n dito quo tomaria a questão das subsistência» muito a peito, o pura isso assumira a pasta da Agricultura, vemos com desgôsto"quo S. Ex.a já disfarçadamente delegou cm quem o substitua nas responsabilidade, e cjuern delega, abdica.

S. Ex.a delegou, e havemos de ver que, passados tempos, quando se lhe tomarem contas sobre vários pontos que porventura ocorram, S. Ex.a virá dizer-uos, cora aquele saber de abalizado jurisconsulto que ó, quo não foi o culpado e soute muito os factos e ocorrências que possam ter-se dado.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo;: — Nunca ouvirá eu dizer isso.

O Orador: — S. Ex.a afirma em aparte, que não o dirá, e muito estimarei que assim seja, e peco-lho mesmo que proceda de modo a confirmar a sua afirmarão, porque não tenho prazer era o ver obrigado a abandonar o seu lugar.

Sr. Presidente: tenho agora de me referir ao modo como tom decorrido esta discussão.

Foi apresentada uma proposta sobre a contribuição predial, e, simultaneamente, foi apresentada uma outra para um empréstimo de 60:000 contos, tendo-se já dito que esse empréstimo não seria coberto, se não fosso votada a proposta de contribuição predial.

Por outro lado S. Ex.a vem apresentíir um pedido de crédito ilimitado para comprar, na baixa, certos e determinados artigos.

Mas pregunto eu, Sr. Presidente: ^votado porventura esse crédito ilimitado, quem gastará essas quantias ?

^Será V. Ex.a, Sr. Ministro da Agricultura, ou será o seu Alto Comissário, que tem poderes para tudo?

quem teremos de pedir contas'? '

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura {António Granjo) : — A todos que no assunto intervenham, e principalmente a mim, pessoal e politicamente.

Apartes.

O Orador: — Diz S. Ex.a que toma a responsabilidade pessoal e política.

Essa declaração vale paru mini muito mais do quo o que está estabelecido nas leis, porque nas leis há sempre malhas por onde escapar.

S. Ex.a pode este crédito, mas pregun-tarei se ele é para tratar das subsistên-cias, e se por esse motivo S. Ex.a toma a responsabjl idade de, concedido Ôste crédito, dar-se o barateamento da vida.

Sr. Presidente: continuando os sistemas de administração quo temos tido, em Portugal continuará a haver a forno e ficaremos, nós todos e o país, sem dinheiro, que irá integralmente parar aos cofres das forças vivas. (Apuiados).

Apartes.

O Orador: — As minhas dúvidas sobre os remédios para a carestia da vida resultam do que passo u expor à Câmara.

Quando S. Ex.a subiu ao Governo, o câmbio melhorou.

Depois deu-se um caso curioso

Depois que S. Ex.a foi àquele almoço grandioso em que se lançou nus braços da agricultura, houve entro os lavradores um certo entusiasmo, mas o comércio em verdade não aderiu e o câmbio come çou a peorar, estando hoje numa situação desastrosa,

E deveras curioso notar que depois de S. Ex.a sobraçar a sua pasta, tendo à sua volta a agricultura, o comércio e a indústria, começou tudo a estar mais cai o l

Apesar do aplauso das forças vivas, depois de S. Ex.a ter subido ao Poder, os preços dos géneros têm subido cada vez mais.

O Sr. Presidente do Ministério já declarou que assumia a responsabilidade pelos resultados do cumprimento desta lei que pede.

Perfeitamente !

Mas essa responsabilidade tem de a assumir em todos os casos.