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Senão de i1} de Agosto de 1920

Ontem e dias anteriores, ouvi palavras de apoio do Sr. António Maria da Silva.

Eis uma questão que se não pode resolver dum dia para o outro, e que o Estado não poderá resolver só.

Isto em relação ao pão; mas outros assuntos há.

Qualquer solução pode o Parlamento trazer a respeito de assambarcadores e comerciantes; sendo precipitada, pode ir a favor do assambarcadores e comerciantes ; e o Governo tem o dever de não obedecer a solicitações e apenas operar a bem dos interesses nacionais.

Sr. Presidente: referindo-se, ontem, o Sr. António Maria da Silva a um artigo publicado na Pátria pelo Sr. Carlos Rates, elemento avançado, è que defende os mesmos pontos de vista do operariado, disse que é curioso que um Governo seja apoiado pelns forças vivas.

Em relação às considerações produzidas pelo Sr. Domingues dos Santos, digo, não por menos consideração por S. Ex.a a qual tenho sempre demonstrado, que não posso responder a certas afirma-

0 Governo punha nas mãos do Comissário, que aliás sacrifica os seus interesses pessoais, sacrifício que não vejo fazer por muitos (Apoiados)] punha nas mãos desse Comissário medidas perigosas...

Não; o Comissário dos Abastecimentos procura, conforme as atribuições, sob a alçada do Ministério da Agricultura, sob a alçada do Governo, realizar as suas medidas.

Tem-se dito que ó delegado da Associação Comercial. ,

De facto, o Comissário dos Abastecimentos tem a sua consulta às forças vivas da Nação, para o auxiliarem na realização do problema económico, sua solu-cão e subsistências.

Com isso o Governo se felicita; mas, se o Governo deseja ter esse cuidado na investigação do problema, não quere isto dizer que o Governo se entregue à Associação Comercial, nem nas mãos do Comissário dos Abastecimentos.

Ao contrário, confio na competência, dedicação, patriotismo c republicanismo do Sr. Comissário dos Abastecimentos, para, dentro das atribuições que lhe foram cometidas, resolver de perto o problema das smbsistSncias. '

Todos confiam que, dentro da esfera da sua acção, Resolverá esse problema.

O Sr. Domingues dos Santos:—Julga suficiente o meu crédito ?

O Orador: — Já disse que, perante o mesmo critério apresentado pelo Sr. Cunha Liai, em relação ao déficit calculado de 200 milhões de quilogramas, são necpssários 80:000 contos.

Não posso dizer se julgo esse crédito suficiente para o Governo zelar devidamente os interesses da Nação, mas, se me preguntarem, se esse crédito é suficiente para comprar os trigos. ..

Uma voz:—V. Ex.a deve dizê-lo.

O Orador: —... de forma a eu ter à minha disposição precisamente neste momento o dinheiro para pagar novos carregamentos de trigo e poder dá Io à moagem e tornar a encomendar novos carregamentos, d i rói que mesmo ainda assim reputo insuficiente.

É preciso notar que acabo de contratar trôs carregamentos, porque não encontrei um bago de trigo quando entrei para o Ministério.

Tive, pois, do comprá-lo a preços mais elevados do que seria lícito pagar-se, se se tivesse seguido uma-política de previdência que eu quero seguir.

Tive, portanto, de dar muito mais que os 15:000 contos. «.

Mas, repito: não quis trazer para a Câmara uma proposta de lei, de forma que o Governo não ficasse com todas as responsabilidades.

Digo isto polo respeito que tenho ao Parlamento, de que sou um membro obscuro.

Creio que estas declarações são suficientes para explicar o procedimento do Governo e definir a situação.

Estou pronto a'prestar qualquer outro esclarecimento que se julgue absolutamente indispensável.