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Sr. Presidente: eu tonho a convicção de que, se o Sr. António Granjo não apresentar aqui o princípio do salário mínimo, S. Ex.a há-do provocar e abreviar o fim e por isso a minoria socialista dá o seu voto à proposta que se discute, visto que queremos assistir ao fim mas com pão em Portugal.

Só por artifícios se pode compreender que V. Ex.a queira fugir ao salário mínimo.

Triste ilusão!

V. Ex.a tem já o exemplo das greves do pessoal da Casa da Moeda, da Imprensa Nacional, etc., cujas reclamações não poderá deixará de atender.

Dá-se, .por exemplo, o caso de em Inglaterra um metalúrgico ganhar duas libras por dia, quando no nosso arsenal há operários que apenas vencem 2«§40. Este estado de cousas de modo algum o poderá V. Ex.a manter, sendo apenas para lamentar que não tenha a coragem bastante para o atacar de frente.

V. Ex.a disse há pouco que eram necessários 200 milhões de quilogramas de trigo e que; à razão de $40 por quilograma, o sou custo orçaria por 80:000 contos.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo): — Eu não disse isso. O que eu disse foi que o déficit cerealífero é de 200 milhões de quilogramas de trigo, prevendo, no em-tanto, a restrição de consumo o, por consequência uma baixa de importação.

Estabelece se discussão entre o orador e o Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura.

O Orador: — Seja qual for a operação a fazer, S. Ex.a pratica para com o Estado alguma cousa de grande, evitando os intermediários que tudo absorvem, quando é certo que pode comprar directamente.

Tenha, no emtanto, a coragem de dizer o que quere.

Termino, declarando mais uma voz quo a minoria socialista deixa ao Governo a responsabilidade do uso ou abuso do crédito entregue íios rppresentantos do alto comércio de Portugal, às sanguessugas do nosso país.

Tenho dito.

Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Álvaro de Castro: — Sr. Presidente : tendo pedido a palavra, quero significar à Câmara qual a atitude do partido a quo pertenço, em relação à proposta de lei apresentada pelo Governo e à emenda enviada para a Mesa pelo Sr. Brito Camacho, limitando o crédito a 30:000 contos.

Poderia alargar-me em considerações, visto que a proposta em questão tem servido para largo debate sobre todos os assuntos que importam à vida nacional; todavia, não o farei porque já demasiado tempo se tem perdido.

Entendo, Sr. Presidente, que acho essencial que esta proposta seja votada com a maior largueza possível em relação ao crédito, pois, estando o Governo na situação de ter de fazer determinadas aquisições, ó evidente que as não poderá realizar dentro dos duodécimos votados. A propósito, devo dizer que desejaria que a Câmara pudesse ser esclarecida sobre a forma como até hoje se tem procedido, pois têm sido adquiridos grandes stocks de trigo e têm-se pago sem quo para eles exista verba no Orçamento. E esta uma das razões que nos levam a aprovar a proposta que se discute, achando preferível que essas aquisições se fayam com autorização do Parlamento do que por quaisquer processos especiais d.) contabilidade menos regulares.

Um aparte do Sr. Cunha Liai.

O Orador: — É essa mais uma razão para não negarmos esta autorização ao Governo, tendo nele, é claro, a necessária confiança.

Se eu não a tivesse, não lhe daria esta autorização, como nenhuma outra, especialmente aquela de que dependesse a sua vida, mas não é este o caso, porque deposito no actual Governo toda a confiança.