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Sessão de 19 de Outubro de 1920

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É preciso que diga nesta hora, para que •o país o saiba, a quem cabem as respun-sabilidades.

O Sr. Evaristo Carvalho (interrompendo) : — O Partido Democrático não quere o Poder. É preciso que se saiba que se o Governo cai é porque quere.

O Orador: — É preciso que o país saiba nesta hora que são tomadas deliberações inopinadas cujas consequências não são bem previstas. (Não apoiados). (Apoiados).

Jnterrupções várias.

O Sr. Barbosa de Magalhães:—V. Ex.a -é que não pensa no que está a dizer. Interrupções.

O Orador:— Repito: não vejo razão alguma para quaisquer considerações que tivesse de produzir em resposta a alguns dos oradores que usaram da palavra neste debate.

Não há, Sr. Presidente, da minha parte nenhuma espécie de agressão, e o que disse é a expressão do meu pensamento.

Assim, Sr. Presidente, não podendo •este Governo, como não pode, realizar a missão de que fora incumbido, só me resta apenas agradecer as palavras de Apoio que me foram dirigidas, e muito especialmente pelo ilustre Deputado, o Sr. Álvaro de Castro, e dar conta ao Chefe do Estado daquilo que se passou nesta sessão.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Eu tinha dito que interromperia a sessão às 19 e meia horas; para depois a reabrir às21 e meia, porém, como me parece que há reclamações, se a Câmara assim o entender, interromperei a sessão continuando-se com o debnte na sessão de amanhã.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo): — O Governo colocou a questão nitidamente à Câmara, e assim entende e necessita •que a questão soja resolvida, imediatamente. (Apoiados).

O Sr. António liaria da Silva: — Sr. Presidente: a declaração que fiz há pouco,

em nome do Partido Republicano Portn guôs, foi tomada, não impensadamente, mas depois de longo debate em duas reuniões do grupo parlamentar, conforme já aqui foi dito tambôm pelo meu amiga o Sr. Barbosa de Magalhães, em resposta à declaração há pouco feita pelo ilustro Presidente do Ministério.

Sr. Presidente: rcferindo-m^ à conversa havida com o directório do meu partido, tenho de corrigir um ponto da declaração há pouco feita pelo Sr. Presidente do Ministério, visto quo foi criada uma situação interpretando palavras que ato certo ponto divergem daquilo que foi dito polo directório do meu partido.

O que é facto é que o Sr. Presidente do Ministério foi procurado por um representante do Directório do Partido Republicano Português, para lhe significar que ele lhe retirava a sua representação no Governo, tendo-lhe apresentado uma nota política, a qual já ó do conhecimento público.

S. Ex.a ò Sr. Presidente do Ministério proguntou depois se o Directório do Partido Republicano Português lhe retirava ou não o seu apoio, pele que houve o dc-sqjo do reunir os parlamentares das duas Câmaras filiados no meu partido, a fim de se esclarecer a questão,- que de facto se esclareceu nas duas reuniões que se fizeram, onde o assunto se ventilou e onde se assentou realmente retirar o apoio ao Governo. A razão desse facto é bem simples. Não se pode partilhar do Governo quando sé não está integrado na sua obra, quando da união .dos partidos não sai comunhão de ideas entre os homens, quando a política dos partidos se estreita entre dois ou três homens, e quando se perseguem pessoas e se criam situações aborrecidas para os representantes dum partido em qualquer localidade. (Apoiados').

Apartes.

Não quero para o meu partido governadores civis nem administradores, mas impõe-se a confiança entre os homens que partilham do mesmo Governo. (Apoiados}.