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ão de 10 de Outubro de 1020

em face da carestia da vida. Vein um Governo faz. o tabelamento e os géneros desaparecem ; vem outro decreta a liberdade de comércio e os géneros sobem vertiginosamente de preço. É assim que temos vivido estes últimos tempos.

Por consequência fica definida claramente a situação, não damos um- passo para derrubar ^ste Governo, não porque ele nos satisfaça, mas tão somente porque os factos ocorridos durante dez anos de República nos tem. demonstrado que cada vez que se ^ derruba um Governo, vem outro pior. É por essa mesma razão qu© nos indignamos contra os Parlamentos, não há dúvida, mas o que nos falta saber ó como essa instituição deficiente, defeituosa, há-de ser substituída. Indignamo--nos contra a instituição, do júri, tudo o condena ; simplesmente a sociedade ainda não arranjou uma forma capaz de substituir com vantagem tal instituição.

Assim nos indignamos contra muitas outras cousas, mas demolir é fácil, substituir é- que é difícil.

Sr. Presidente', antes de terminar preciso referir-me a dois casos.

Falou aqui S. Ex.a. o Sr. Ministro dos Estrangeiros, com, muito apraziinmto de todos nós, do- belo resultado obtido na solução da- questão religiosa a respeito de Portugal. Vi fazer as calorosas apoteoses deste facto com que todos nos congratulamos: mas não vi fazer toda a. justiça que lhe é devida.

É bom não esquecer, e ou peço à Câmara a sua atenção para este facto, que hd1 um homem1 português a quem principalmente se deve o bom resultado obtido nessas negociações; Ôsse homem que está quasí esquecido é o Su. Manuel Borges Grainha, cujo*- trabalho em Relatórios foi o. que venceu.. • '.

A Espanha perdeu na solução da questão religiosa porque não teve um, Borges Grainha, porque ,não teve quem pusesse a- claro toda a qiijestão.

Peço que fique exarado no meu discurso que ou 'levantei o principio de justiça quo Portugal deve à figura prestigiosa, embora- modesta-, do Sr. IWgus Grainha. Sem o seu trabalho, sem o^ soua belos livros que serviram do relatório, não havia Afonso Costa- neste mundo que vencesse a questão» Com aqude belo trabalho qualquer poderia ser o i

O Sr. Barbosa de Magalhães : — Mas foi o Sr. Afonso Costa quo nomeou o Sr. Borges Grainha o lhe proporcionou todos os meios para trabalhar.

O Orador: — S. Ex.a com isso só provou que o Sr. Afonso Costa tem fino tacto e intoligência. Desta vez soube escolher muitíssimo bem.

Não nego por isso o meu louvor ao Sr. Afonso Costa pela sua foliz escolha; mas isso não impede que levante a minha voz para enaltecer o nome de Manuel Borges Grainha.

S. Ex.a tem ainda uma grande obra p-or concluir, não o podendo fazer devido à falta de recursos. Nós que estamos continuamente esbanjando dinheiro por todas as formas, não seria muito que votássemos alguma verba para que S. Ex.a pu1-desse eoncluir aquela obra monumental que é a retmião de todos os elomontos da história religiosa em Portugal.

Nessa montanha de papéis ostào importantes documentos apreendidos na ocasião da expulsão dos jesuítas. K necessário que todos os livres pensadores procurem achar o moio de levar a efeito a exposição, em museu, de todos esses instrumentos das congregações religiosas.

Falou também S. Ex.a, o Sr. Ministro doa Negócios Estrangeiros, com o apra-zimento: de todos nós e até da imprensa, das belas palavras, das belas ofertas, das belas promessas e das risonhas esperanças com que a diplomacia ing-lesa acaba-d® presentear Portugal.

Lembro.-mo que, poucos dias antes do ultimatum de 1890, tambôm belas pro>-messas haviam- sido feitas'pelai Inglaterra ao1 nosso Ministro dos Negócios Estrangeiros que era, então, Barros Gomes. .Sempre a- alta diplomacia foi fértil em promessas para com os Estados que niantôm ontre si amistosas relações^

A verdade é que, apesar das boas- dis* posições da Inglaterra parai comnosco, a libra continua a 29$ c o cheque já desceu a 10.

,;Mas que tom uma cousa com a otiírc,? E esta a- interrogativa que podo apareecr na mente dalguôni..