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das cousas, nós certamente sentiríamos o ambiente desanuviado do peso quási sufocante que ele nos apresenta hoje, e conseqiientemente a libra não teria o encarecimento que está tendo actualmente em Portugal.

Na realidade o que vemos é que essas declarações não condizem com os factos.

Assim, por exemplo, a Inglaterra já não faz fornecimentos de carvão a Portugal, embora tenha comnosco alguns contratos que a obrigam.

Faço estas considerações tam somente em obediência a um espírito de verdade e de justiça; não tenho outro que me anime.

Sr. Presidente: dou por terminadas as minhas considerações, declarando mais uma vez que o Governo—coitado! — que o Governo não sabe o que íaz e por isso correm à matroca as cousas públicas.

Mas, se há-de vir outro que, em vez de prender, mande dar espadeiradas, então fique o que está, para não vir cousa pior.

Tenho dito.

O Sr. António Maria da Silva: — Sr. Presidente: foi já aqui significada a acção patriótica e valiosa que a favor dos interesses de Portugal desenvolveram lá fora, no estrangeiro, os nossos iluStres representantes, Afonso Costa e Teixeira Gomes. Os parlamentares do meu Partido acompanharam as palavras de saudação calorosa dirigida a tam prestantes cidadãos.

Nas considerações que há pouco fiz a propósito da discussão travada em virtude da exposição feita pelo Sr. Presidente do Ministério, não me referi à acção desses homens, porque não quis enxertar o assunto numa discussão que se desenrolava por um debate político.

Achava eu que a oportunidade melhor para aludirmos aos relevantes serviços prestados ao país por aqueles nossos ilustres concidadãos seria quando a Câmara se inteirasse dos documentos relativos ao trabalho feito. Faríamos então, e faremos, mais uma vez justiça absoluta a portugueses tam prestimosos, e ao mesmo tempo o Partido Republicano Português reivindicaria, e reivindica, para si,

Diário da Câmara dos Deputados

aquela cota parte de satisfação que lho-pertence, como partido mais intervencionista da guerra, e que vê com orgnlho que após alguns anos, até os inimigos da& instituições e os seus inimigos, prestam homenagem a um homem que foi Presidente de um Ministério Democrático e a outro que tem sempre representado brilhantemente, na Inglaterra, o nosso país. O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Desejava interromper a sessão às 19 horas e meia. Se Y, Ex.a acha que tem tempo ...

O Sr. Presidente do ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo): — Deve chegar.

Quaisquer considerações que tivesse a. fazer ern resposta aos discursos dos ilustres oradores que me precederam, perante as declarações do Sr. António Maria da Silva, seriam descabidas.

Como V. Ex.a sabe, este Governo cons-tituíu-se sobre a base da representação dos três Partidos: Democrático, Reconstituinte e Liberal. Foi esta a razão por que não foi preenchida a pasta da Instrução, porque a deliberação tomada pelo Partido Republicano Português dê não ter representação no Governo não implicava, e foi-o dito expressamente, a falta de apoio ao Governo.

Assim o actual Governo continuava exercendo a missão que lhe havia sido incumbida, no momento da sua constituição.

Essa deliberação proposta do Partido Republicano Português, tinha carácter provisório, tendo-me sido oficialmente comunicado o facto que essa deliberação tinha sido confirmada na reunião do Grupa Parlamentar Democrático, por virtude da greve ferroviária ou por outro qualquer motivo, pouco importa.

O Directório tomou a deliberação de' extrema gravidade do retirar o apoio ao Governo.

Perante esta declaração quaisquer considerações que tÍA'esse de produzir, em ré lação a qualquer discussão, seriam, repito, descabidas e inúteis. (Apoiados).