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Diário da Câmara dos Deputados

quando a situação que lhes criassem fosse deprimente.

Não se quis criar .-tuna situação que antecipadamente desse lugar a que nos concílios políticos só dissesse que queríamos preparar a casca de laranja para o Go-Are"rno escorregar.

Desde que o Governo pode governar sem a participação cio meu partido, nós não precisamos "estar nele representados, tanto mais qno a nossa.acção poderia levantar suposições de divergências, acusando-nos de extremismo s.

Eu posso prcguntar ao país onde está a minha obra política que possa ser reputada do extremismo, de obra de escravidão dos homens,, e só não tenho promovido a salvação da vida de pessoas, a ponto do mesmo salvar aquelas que queriam a minha vida.

O que tem acontecido comigo tem acontecido com outros homens do meu partido.

Apartes.

Não, o Governo pode continuar. Se não continua, ó porque não quero, porque nós faremos aqui só uma oposição liscíiliza-dora e patriótica, que pode ser até de culuborarão nas propostas e nas questões de patriotismo que se apresentem no Parlamento.

Não, não se confimdam os pontos do vista que nesto momento devem orientar os homens políticos. (Apoiados).

Não lhe criaremos quaisquer embaraços sobre o ponto de vista da ordem pública. Não, este Governo'se quiser fica, se não quiser sai, mas se ficar fica com as res-ponsabidaclos dos sons actos, e não é muito que se lhe exijam sacrifícios, visto •que nesta libra tremenda a todos os cidadão sacrifícios se dcvern exigir.

Se se for embora é «porque não tem força para arcar com as responsabilidades de momento ou porque não pode resolver os problemas que nesta hora se lhes apresenta, mas não diga que se vai .embora . porque nós pela ambição do poder lhe criámos responsabilidados. Não!

Governe sem malícia, se a não tem, mas governe como é necessário governar .um país e não lhe negaremos apoio.

O Partido Liberal ainda se oiâo íez ouvir; ó necessário ,que se pronuncie, para que todas as atitudes se definam claramente.

Nós. republicanos, .que nos sabemos •unir perante os .monárquicos, infelizmente não nos unimos para fazer uma obra-de regeneração que seria a salvação da Pátria e da Eepública.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da. Agricultura (António Granjo): — Os factos são os factos e não ó só com palavras que se definem atitudes.

O Sr. António Maria .da Silva, ilustre leader do Partido Republicano Português num amontoado de considerações, nesta hora solene em que existe um grave problema de ordem pública para resolver, o-Sr. António Maria da Silva vom-nos dizer que o seu partido nos retira o seu apoio.

.Este é que ó o facto (Apoiados] que nenhuma palavra, que nenhum,argumento pode destruir.

Neste momento quem tem o direito :de' acusar sou eu;' e não admito nem ao Sr. António Maria,da Silva, nem a ninguémt que mo dó lições de dignidade pessoal ou política. Em nome da própria dignidade do Parlamento, da dignidade das funções que ainda exerço, eu tinha de pronunciar perante a Câmara estas pulcivras altivas.

Pouco me importa o que se diz; pelas alfurj as políticas; o que me importa é-manter uma atitude que me permita passar pelas ruas, merecendo a consideração-dos meus concidadãos; não quero outra paga. mas exijo essa, pois estou convencido que a mereço.

Se me mantivesse neste lugar- iludia a confiança que o Chefe do Estado tinha depositado era mim.

Se me mantivesse no Poder abusaria jessa confiança e'não seria digno de ;mini próprio o dos meus concidadãos.

Ouvi o Sr. António .Maria da Silva dizer que eu tinha .demitido autoridades locais., parecendo pelas suas palavras dar a entender que eu fa.zia política de rege-doria.

Só demiti alguns governadores civis foi porque .assim o exigiram, importantes associações locais e .também pela incompetência de alguns.