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Diário dá Câmara dos Deputados"

ram a certeza de

Mas eu pregunto :

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura tem um órgão na imprensa, ao qual transmite todos os seus pensamentos de estadista e 6sse órgão chama-se a República. Evidentemente que S. Ex.a, na hora grave cm que se atreveu com uma simples penada a decretar a tam decantada liberdade do comércio, não consentiria que no sen órgão se publicassem palavras que estivessem em desacordo com a sua forma de pensar.

Porém, no dia 7 de Setembro de 1920, escrevia se nesse jornal um artigo em que se faziam determinadas afirmações que muito elucidam sobre o tortuosa política dos nossos homens públicos.

Eu pensei que o Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura mandando escrever um tal artigo no momento em que decretava a liberdade do comércio, pretendia apenas procurar uma saída a tempo, mas vejo que, pelo contrário, S. Ex.a se encontra contente com a sua obra. Sendo assim é preciso examinar essa obra, verificar quais foram de facto os resultados da experiôncia e escalpelar uma a uma as palavras ontem proferidas por S. Ex.a que, julgando estar falando a saloios dos arrabaldes de Lisboa, ousou dirigir-se aoTaiiamento da Eepública ern termos que nada o prestigiam.

Mas há mais: nesse artigo afirmava-se que a gananciosa extorsão dos comerciantes podia levar, aos assaltos e a toda a sorte de violências: -

j E agora vejam como os políticos são versáteis! E exactamente o Sr. Presidente do Ministério, certamente o inspira dor .dOsse artigo, que vem afirmar que o Sr. Júlio Martins fez ontem nesta Câmara unifverdadeiro incitamento aos assaltos!

É o Sr. Presidente do Ministério, com os seus actos e não nós com as

nossas palavras, que atenta contra a tranquilidade pública. Foi ainda o Sr. António Granjo, quando simples Deputado, quem obrigou o Sr. Pina Lopes, então Ministro das Finanças, a confessar nesta Câmara, qne um dos Bancos de Lisboa devia ao-j Estado perto do 960:000 libras, isto é,. | qualquer cousa como 20:000.000$. O saber-se isso lá fora, representava uma. imediata corrida ao Banco. Quem a provocou?

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{ Mas . . . vamos adiante. i Sr. Presidente: o Partido Republicano» j Popular é, cm absoluto, partidário de restrições na vida comercial. E não tem esta orientação ao acaso. Não nos importa saber o que se disse-na conferência do Bruxelas. E porquê?

Porque as condições da França, da Itália e de outros países, não tom paridade com as nossas.

Cada um tem o seu problema particular e este deve estudar-se de acordo com as condições do respectivo país. Por isso, repito, nadu uos importam as conclusões da Conferência de Bruxelas, que em todo o caso não são tal qual como S. Ex.a o Sr. Presidente do Ministério as apresenta.

•Sr. Presidente: nós combatemos, em? princípio, a liberdade de comércio, pelas-razões que vou expor e que são confirmadas na prática.

A liberdade de comércio, como já aqui afirmei, não tem zazão de sor nas actuais-j condições do mercado quo^ são a de escas-i sez de produtos.

j A liberdade de comércio é boa teoria

em épocas normais. Uma vez que há falta;

de produtos, como actualmente, manda-se

vir de fora o que for preciso para suprir

a escassez, estabelecendo-se a concor-

rfincia o consequentemente a baixa de

| preços, Mas isto é assim em condições de

i câmbio relativamente favoráveis e não em

• condições miseráveis como as de agora.

Esta teoria não serve actualmente por

isto. A liberdade de comércio implica qiu,

pelo menos, a nossa importação suba

aquilo que era antes da guerra, pois que

a nossa produção não tem aumentado de-