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Sesfão de 21 de Outubro de 1820

O Sr. Presidente do Ministério e-Ministro da Agricultura (António Granja) :-Sr. Presidente: como anunciei à Câmara na sessão de ante-ontem, eu fui ao Sr. Presidente da Kepública expor-lho o qae se passara aqui, naquela sessão.

Do que só passou nessa conferência que tivo com o Chefe do Estado foi dado conliecimento ao país pela respectiva nota oficiosa, que veio publicada nos diversos jornais.

O Governo tinha necessidade do preencher a pasta da Instrução.

Foi assim que o Governo escolheu para essa pasta o nome de q^em é uma das mais altas glórias da literatura nacional. (Apoiados).

Escolheu o Sr. Júlio Dantas, cujo nome glorioso passou as fronteiras, pertence aos dois países ein que se fala a língua portuguesa e constitui mesmo o testemunho de que a raça portuguesa tom ainda força e energia, e de que a literatura nacional tem ainda os mais subidos cultores.

Sr. Presidente: o Sr. Júlio Dan-tas, alôm de ser um grande homem de letras, é ainda um homem que se tem dedicado à República, e que faz parte do Partido Reconstituinte.

S. Ex.a tem na mais alta escala o conceito dum espírito superior; e acontece ainda que o Sr. Júlio Dantas se tem dedicado com desvelado cuidado aos assuntos de instrução. (Apoiados).

Não podia, portanto, sor melhor a escolha do Governo. (Muitos apoiados}.

Esta nomeação é como nina homenagem prestada aos trabalhos de S. Ex.a (Apoiados), homenagem a que S. Ex.a tem direito. (Apoiados).

O discurso será publicado na íntegra^ quando o orad&r- Iwja dovolvido as. notas taquigráficas.

O Sr. Álvaro de Castro:—Sr. Presi-áente: pedi a palavra em nome do Partido a que tenho a honra de representar nesta Câmura, para saudar o Ministro da Instrução, o ao mesmo tempo felicitar o Sr. Presidente do Ministério pela escolha que fez dum homem da envergadura de do S. Ex.a o duma competência intelectual indiscutível. (Apoiados), e dum republicanismo bem afirmado através d© " os ssas escritos.

Folgo ern afirmar que o Sr. Dr. Júlio Dantas tem de há muito afirmado a sua fé republicana.

Necessitava fazê-lo, desde que nesta Câmara se tinha levantado uma voz, parece como protesto, ou por assim dizer, como uma chicotada nas convicções de quem sempre tem afirmado a sua fé republicana, quer em obras q ao tem escrito, como até num jornal bem republicano, O Mundo, onde S. Ex.a colaborou.

TIonro-me e orgulho-me em ter S. Ex.a como meu correligionário.

S. Ex.:i é uma glória das letras portuguesas.

Ninguém o pode negar, e, se lho co.n--testarem os nacionais e os seus contemporâneos, não o negam os estrangeiros, e-não o negarão os vindouros.

O Sr. Dr. Júlio Dantas, pode dizer-sex com desassombro, foi eleito pelas classes artísticas para o Senado de 1917-1938.

Não praticou, nenhum acto, como Senador, que possa definir a sua atitude política mais do que um dedicadíssimo interesse pola causa da instrução e péla causa artística em Portugal.

Eu tenho, orgulho-me disso — e será talvez esta a minha única vaidade— o direito de poder falar bem claro para conseguir abraçar ao meu peito, 'todos aqueles que ou suponho que são-valores dentro da Pátria Portuguesa, sem que o meu republicanismo disso se envergonhe ou com isso se comprometa.

Muitos que colaboraram naquele movimento político que eu combati, e que depois singraram por outro caminho, tomando uma situação diversa, são indivíduos aos quais reconheço os seus sentimentos republicanos e a sua honestidade, reconhecendo lhes também, e por isso-mesmo, o direito de enfileirarem comigo na mesma fé republicana.

Há outros que levantando a voz em constantes arremessos àqueles qae imaginam que atingem, mais não fazem do que atingir-se a si próprios, porque seria.legítimo preguntar-lhcs quando ó quo deixaram de receber os seus vencimentos como protesto a esse período de que hoje se dizem figadais inimigos.