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Sessão de 21 de Outibio dê 1^20

Instrução fique assinalada por actos que favoreçam a instrução do país.

O Sr. Brito Camacho:—Em nome dos Dsputados Liberais apresento os nossos cumprimentos ao Sr. Ministro da Instrução.

, Qu-ero apresentar as minhas felicitações ao Sr. Presidente do Ministério pela escolha que fez do novo Ministro.

Sr. Presidente: sempre os negócios da instrução deveriam ter merecido aos Governos de Portugal a maior solicitude: mas o que é certo 6 que naO tendo sucedido isso em regime da monarquia, também não tem sucedido em regime da República. Sem desduuro para ninguém, é indispensável constatar que as maiores incoín-petências têm passado pelo Ministério da Instrução dê 1910 para cá.

Era tempo de se procurar para a pasta da Instrução um Ministro respeitável, do qual fosse lícito dizer que ao menos sabia ler. (Risos). &

Sidóriio Píiis teve a idea dos Ministérios técnicos.

Tarn pouco se consideram nii América os Ministérios técnicos que o primeiro cuidado * do Presidente que entra é pôr fora-os técnicos.. .

Um professor de filosofia ou de literatura, pelo facto de sei professor, não está naturalmente indicado para Ministro da Instrução, porque são funções totalmente diversas. (Apoiados].

O que se compreende é que no Ministério da Instrução; Pública se coloque alguém qtie pela sua inteligência bem marcada o pela sua ilustração bem documentada, nos dê garantias suficientes de-que os problemas do ensino hão-de ser bem resolvidos.

A essa condição indispensável e essencial satisfaz plenamente o actual Ministro da Instrução, porquanto, sendo um homem superiormente inteligente, é um homem excepcionalmente ilustrado. (Apoiados),

Pertencem ao Sr. Dr. Júlio Dantas algumas das páginas mais brilhantes da literatura contemporânea, e eu, que não costumo sor lisonjeiro para ninguém-, porque tambôm de ninguém esporo, nem quero lisonjas, não hesito em fazer esta afirmação, que, de rosto, é comprovada pela aquiescência tácita que lhe dão na-cús e estrangeiros.

Disse muito bem o Sr. Álvaro de Castro. O Sr. Júlio Dantas, aparte ilustros-escritores portugueses que já desapareceram, é hoje, na literatura de Portugal, O homem mais conhecido em Espanha, e e-escritor mais lido no Brasil. E eu suponho que a Espanha e o Brasil não têm de pedir licença aos analfabetos portugueses para consagrarem uin escritor^ (Apoiados).

Sr. Presidente: espero que da passagem do Sr. Júlio Dantas péla pasta da Instrução, se ela não for efé-róera, como tantos desejam e eu receio, alguma cousa fique a assinalar o rastro dum homem inteligente, dum homem competente", colocado no lugar que lhe compete.

Nesta certezu, eu acabo como principiei: rerto varrido, em nome dos Deputados deste lado da Câmara, os nossos-cumprimentos a S. Ex.a (Apoiados).

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra? revisto pelo orador, quando o orador rés- • tituir, revistas, as notas taquigráftcas que lhe foram enviadas.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro da Agricultura (António Granjo): — Sr. Presidente : as palavras de cumprimento c de afecto que foram dirigidas ao Sr. Ministro da Instrução, S. Ex.a as agradecerá. Não me privo de dizer, em todo o caso, quê a manifestação da Câmara confirmou o acerto do Governo éxn ter escolhido S. Ex.a para a ocupação dessa pasta.

Compcte-me responder a algumas pre-guntas feitas pelo Sr. Júlio Martins, ilustre leader do Partido Republicano Popular. Preguntoii S. Ex.a quais eram as ré--lações entre o Governo e a Câmara; creio mesmo ter ouvido preguntar a S. Ex.a quais eram as relações entre o Governo e a maioria.

Sr. Presidente: não julguei que fosse obrigado novamente a dizer quaisquer palavras sobre tal assunto; tam cedo, pelo menos, não julguei que tivesse de fazer declarações de carácter político, mas sou forçado a isso.