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Sessão de 26 de Outubro de 1920

Ê preciso que tudo venha- à luz do dia, mas das palavras do Sr. Ministro nada se conclui.

Faça-se tudo à luz do sol, porque a República não se firmou tam solidamente nestes dez anos, que não possa ser ferida pela calúnia e abalada nos seus alicerces.

Desculpem o termo, mas nós estamos como todas as assembleas grandes sofrendo duma certa inconsciência.

E corto que o Parlamento deu ao Governo poderes para fazer este contrato, mas também é certo que sobre todos nós recai a responsabilidade do contrato.

Daqui a algum tempo ninguém sabe se foi este ou aquele Governo; diz-se simplesmente que foi o Parlamento.

Eu não penso em quedas ministeriais e, se S. Ex.â foi preso para Ministro, eu não ine deixaria prender com essa facilidade e só entraria para o Governo de cabeça erguida e livremente.

jSTão me interessa em nada a queda do Governo, mas ó preciso que o país saiba quem defende os seus interesses c quem os não acautela.

Eis o que, por hoje, se me oferece dizer sobre contratos. Há ainda, porém, algumas palavras do Sr. Ministro das Finanças que p -ecisarn da devida emenda.

Disse aqui S. Ex.a que tínhamos um déficit de 215.000 contos.

Sem me querer orgulhar de glórias que me não pertencem, mas reivindicando aquelas -que de direito nie cabem, direi que aos optimismos de todos os Ministros que calculavam o déficit em 1.20.000 contos eu antepunha não menos de 200.000 contos, que resultavam naturalmente da análise serena das verbas orçamentais. Entende o Sr. Ministro das Finanças não ser necessário alargar muito a circulação fiduciária. <_ necessidades='necessidades' de='de' saber='saber' realizar='realizar' fazê-lo='fazê-lo' _210.000='_210.000' embaraços='embaraços' do='do' favoráveis='favoráveis' meio='meio' qu3='qu3' dtfcit='dtfcit' circunstâncias='circunstâncias' complemento='complemento' onde='onde' havemos='havemos' das='das' um='um' portanto='portanto' tirar='tirar' s.='s.' são='são' como='como' suas='suas' dondô='dondô' em='em' tag0:i='ex.:i' contos='contos' externas='externas' as='as' ministro='ministro' têm='têm' internas='internas' tag1:_='conhecemos:_' jé='jé' vg-se='vg-se' que='que' todob='todob' vintém='vintém' rôcanto='rôcanto' operações.='operações.' misterioso='misterioso' nós='nós' por='por' nossas='nossas' para='para' então='então' hão='hão' sem='sem' destapar='destapar' não='não' bancos='bancos' eni='eni' empréstimo='empréstimo' oste='oste' necessário='necessário' financeiras='financeiras' quer='quer' os='os' hr.='hr.' e='e' ou='ou' é='é' porém='porém' estará='estará' comércio='comércio' o='o' p='p' ignoramos='ignoramos' sérios='sérios' todos='todos' _215.000='_215.000' pensa='pensa' xmlns:tag0='urn:x-prefix:ex.' xmlns:tag1='urn:x-prefix:conhecemos'>

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cendo apenas o que S. Ex.a nos disse por intermédio do Século.

Quere dizer: estamos em face de dois critérios : um daqueles que, como eu, entendem, que não há outro remédio, embora remédio triste, senão aumentar a circulação ; o outro, o dos que entendem precisamente o contrário. Não, esse Banco de Portugal, à sombra do qual se têm feito operações não permitidas pelos contratos (Apoiados) há-de continuar a fornecer ao comércio, à indústria e à agricultura os Capitais de que necessitarem. Fornecer, como? Naturalmente redescontan-do valores de outros bancos. Isto é, no momento em que o público podia guardar um pouco as suas notas, porque não tem confiança na capacidade financeira dos bancos, visto que muitos — não todos, para honra sua — passaram a fazer negócios de especulação, inventando florestas em Barcelona e emprestando quantias fabulosas sobre papéis que depois se verificou não valerem coisa alguma, o Estado diz: — «Há dois necessitados: um sou eu e o outro são vocês. Pois bem: eu preconizo que o Banco fabrique papel para vocês e não para mini, e depois eu irei pedi-lo àqueles a quem autorizei cjue o adiantassem». Mal vai para todos nós, Sr. Presidente, se este critério se mantiver. Poderá ir bein para a praça, mas reparem que a praça não é todo o País.

O Sr. Ministro das Finanças (Inocêncio Camacho). A isso é que eu chanlo uma monstruosidade.

O Orador: — Se ainda nos encontrasse^ mós no tempo do magister dixit, sentir--me-ia talvez aterrado. O Sr. Ministro das Finanças, depois de ter ouvido os financeiros de Bruxelas, depois de ter ouvido o Sr. Dr. Afonso Costa, apesar de o ter querido crucificar, afirma com toda a solenidade: «Isso é uma monstruosidade» !

O Sr. Ministro das Finanças (Inocôncio Camacho): - E do primeira classe!

O Orador: — E acrescenta a seguir: «de primeira classe!» lí, daqui a pouco, se eu continuo a insistir, S. Ex.a dirá que é de wagon-lit. . .