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remodelação, e no dia seguinte à apresen-' tacão do mesmo decreto, chamei os padeiros "e fiz-lhes umas certas considerações, dizendo que não devíamos deixar aos nossos netos o encargo do pagamento do que comíamos.

Nenhum desses homens deixou de dizer

Todos, a una você, disseram que se devia seguir a orientação da conferência de Bruxelas.

O Sr. Brito Camacho: — s°Êses padeiros t§m melhores palavras do" que pesos. (Êisòs).

O fòràdòr: — Píirece que sim. O certo è que eu não sei se está acção foi ou não profícua. No emtanto tive ocasião de notar que o preço do pão não levantou grande celeuma 'na população, o que certamente só se poderá atribuir ao facto do pão sor de boa qualidade...

O Sr. Gimha Tiial:—Eu já disse ao Sn Ministro da Agricultura que, mantendo os preços marcados no decreto e tapando um certo número de buracos, era possível fa zer reverter em favor do Estado 10 a 12.000 mil contos. \ Tenho mesmo a .certeza de que, se o público conhecesse a existência desses buracos, não hesitaria «m lançar fogo aos moageiros!

O Orador:—-Efectivamente, tendo eu um dia estudado o caso, verifiquei que havia qualquer cousa alapardadá. Tendo-íse fixado o preço pata ura quilograma de nlassa, num. determinado volume, eles aceitaríim-no, mas, quando se lhos falou em volumes mais pequenos, reconheci, na maneira febril como me responderam, que tal lhes não convinha.

Consegui, ernfim, uma redução sensível llo's nossos encargos, x?, se conseguirmos fazer vingar este critério, devo confessar que nada me assusta -a importância que as nossas despesas ordinárias acusam.

Em relação às batatas, verifica-se tani-bém^ um fenómeno interessante, qual o da falta sensível desse produto, que só se pode filiar n'o assambarcamento individual, facto que constitui hoje uni dos

Dtârio da Gâinãru dos Deputados

grandes males que obstam à solução do problema das subsisíências.

Relativamente ao açúcar, nota-se que a importação tem aumentado. Este facto explica-se pelo aumento de salários das classes operárias, permitindo-lhes fazer pequenas reservas, comprar por todo o pTeço e preferir sempre o melhor.

Se há açúcar branco e amarelo, compram o branco com toda a certeza» É a gente que traz as notas nas algibeiras das calças. . .

O Sr. Cunha Liai: — Mus gastam-nas, ao passo que outros as aferrolham nos cofres.

O Orador: — Tem V.JEx.a razão.

O mal é exactamente desses que -aferrolham às notas, sem ver que daí não lhes advêm qualquer benefício. Acho que as notas aferrolhadas em casa nunca têm bom -destino; circulando,é que elas poderão ser úteis às pessoas que as possuem.

Qualquer dia o Banco de Portugal virá pedir-me que proponha uma qualquer medida sobre as notas. Não sei o que será, mas o que entendo é que se torna necessário que as notas sejam posla^ em circulação. O facto é que não temos na efectividade da circulação as notas que estão emitidas. E uni'mal estar de que ó necessário sair e do qual, penso, que só sairemos, chamando as notas que estão arrecadadas.

Relativamente ao arroz, também os números são extraordinários. Se há anos em que a importação tem sido grando, outros há em que essa importação tem sido pequena. Já houve tempo ein 'que a nossa produção do arroz bastava para o consumo nacional, mas de repente há um desequilíbrio entre a produção e o consumo e passa a haver importações em número elevadíssimo.

A leitura dos números que respeitam às importações de vários géneros alimentícios revela uma grande desorganização de que se desconhecem algumas cousas, sendo outras, porém, já conhecidas.