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Sesêflo de 5 de Novembro de 1920

do Ministério, quo vem publicado no jor-ruil o Século.

O Orador: — Não falei fcorn as partes contratantes a osso respeito, mas, como comissários que silo, não terão dúvida em obter o trigo com o peso específico não inferior ao mínimo que se lhes fixe. ,%&$•

Repito, os contratantes são, por assim dizer, uns comissários nas compras dos trigos, o, portanto, procurarão alcançar aquele quo só lhes indique.

O Sr. Júlio Martins:—Mas é bom que fiquo marcado no contrato.

O Orador: — Acho bem. Os Governos •cumprirão isso e as partes contratantes nada terão que objectar, visto que não íerão mais do que comprar o trigo com o poso que se fixe.

Falando com o representante da casa Droyfus, com a qual os contratantes tra-íarão, pruguntei-lho se. a sua casa quereria fazer o contrato com o Estado. Ros-poridou-me que não, que nunca tinha concorrido a quaisquer fornecimentos para o Estado.

Justificando essa orientação, alegou razões q IIP não me agradaram na qualidade de português, sentindo que em parte tivesse razão, tratando de desfazer, ó claro, as suas más impressões.

Parocondo-ine que não há mais nenhum ponto de capital importância a responder, «eu passo a tratar da questão dos carvões.

Declaro desde já que, em relação ao contrato dos carvões, como ao contrato dos trigos, não há obrigação, por parto

O meu espírito não tem a mínima dúvida acerca do quo não há qualquer duplicação, mas podo acontecer que haja alguém que assim não pense.

O que se tem passado com o fornecimento de carvão para Portugal, desde o anicio da desgraçada gsiefra, ó uma cousa simplesmente pavorosa»

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A principal intenção deste contrato ó dar a máxima liberdade na aquisição de carvão, para que se não diga que há monopólio e que se quere favorecer 6ste ou aquele.

Tenho ainda em meu poder outros documentos como ôste, cujas passagens não seria, porém, oportuno c conveniente ler neste momento. O certo ó quo todos esses indivíduos que protestaram contra o golpe que o Governo pretendia dar nesse processo de fornecimento, eram exactamente os mesmos que faziam as especulações . . .

O Sr. Lúcio de Azevedo: — Ajudados pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O Orador : — Isso é que eu não sei. Ao citar ôste facto eu pretendi apenas pôr em evidência o objectivo do Governo.

Era preciso romper com uma situação que era péssima, o para isso tornava-sc indispensável, antes de inais nada, criar um padrão de preços.

O carvão foi adquirido em condições razoáveis — o eu depois contarei como ele foi adquirido — graças aos conhecimentos que essas firmas tinham em Londres, quo as habilita a negociar com as melhores o mais acreditadas casas dessa cidade. E, tanto assim ó, que eu próprio tive ocasião de ver que o primeiro carregamento do 10:000 toneladas foi adquirido a um. preço que permitia vender o carvão a 155$, quando ele estava sondo vendido a mais de 200$ nessa mesma ocasião.

E depois dão-se casos realmente interessantes. Ainda há pouco, em Bruxelas, eu ouvi preguntar qual era a razão que explicava o facto de Portugal, que não tem carvão, exportar carvão para Espanha. O Sr. Navarro, que é um funcionário hábil e inteligente, lá conseguiu explicar o caso como poude, mas a verdade é que parte do carvão enviado de Londres para Portugal mudava de rumo.

Em relação ao que se passava com os negócios da América, eu vou ler à Câmara um telegrama que recebi do Sr» Alte, nosso representante nos Estados Unidos, no qual se vô o desastre que nos esperava.