O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Pode-se jogar ein matéria de câmbios, •quando se têm um conhecimento, que os outros não possuem.

Quando uma pessoa sabe que em determinada ocasião se vai produzir um certo facto de que pode resultar uma alta, ou uma baixa, nessa altura mio se torna necessária uma grande habilidade para arranjar um negócio bancário; mas se toda a gente sabe que para umas tantas libras aparece um comprador certo e periódico, naturalmente a especulação não tem ensejo de se manifestar.

Com plena satisfação minha e plenamente o Sr. Presidente do Ministério fez ontem a demonstração técnica de que em todos os momentos há, realmente, dinheiro que, convertido «m libras e com as da Agência Financial do Kio de Janeiro, é mais do que o necessário para o pagamento do duodécimo.

Esta demonstração não se tornava difí cil, visto que na verdade assim sucede.

^Porque é que até agora tein havido dificuldades- para se arranjar dinheiro — é preciso que á1 Câmara o saiba — para comprar os tntros e para a abertura dos necessários créditos?

K porque as libras que vinham da Agência Financial nunca tiveram um destino especial para a compra do trigo; c porque o dintu iro da moagem nunca teve um destino especial para a aquisição de libras, porque desde que sempre se tivesse feito isto —que representa talvez a única ideia boa do contrato — em todos os momentos haveria dinheiro para comprar os trigos.

Mas, Sr. Presidente, já que o Estado se considera habilitado a prescindir das receitas da moagem para as aplicar ao pagamento de determinada despesa, deslocando-as assim para uma aplicação especial, e o mesmo pode fazer com relação às libras da Agência Financial, & porque 6 que se não mane dôsse dinheiro e não passa a pagar de pronto todos os fornecimentos?

Desejaria muito que o Sr. Ministro das Finanças pudesse dizer que necessidade há de fazer intervir nestes contratos os bilhetes do Tesouro. :

O Sr. Ministro das Finanças (Inocêncio Camacho): — Que necessidade há? Não tendo podido levar à casa fornecedora do

Diário da Câmara dos Deputado»

trigo a fazer o contrato directamente com a .Estado, porque ela nâò quis, foi necessário' fazê-lo com alguém, com as garantias do Estado através dos Bancos. Foi necessário porque os contratantes receberam essa intimação, e eu, pela minha parte, aceitei-a.

. O Orador: — Já se acha demonstrado que o Estado se pode colocar em condições de não utilizar o dinheiro da moagem.

O Sr. Ministro das Finanças (Tnocêncio Camacho) (interrompendo): — Folgo que V. Ex.a tenha tido a sorte de arranjar dinheiro para isso.

O Orador:—A *única cousa admissível nes^te contrato seria ter-se criado um fundo de abastecimento de trigo, que s

Aparte do Sr. Ministro das Finanças.

O Orador:— Mas, Sr. Ministro, quando muito o contrato cipeuà» desafoga a vida do Estado no primeiro ano.

O Sr. Ministro das Finanças (Inocêncio Camacho) : —Basta seis meses!...

O Orador: — ,;Se só bastam seis meses, porque fez V. Ex.a o contrato por um ano?

O Sr. Ministro das Finanças (Inocêncio Camacho): — Posso chegar ao fim de seis meses e renunciá-lo, se assim convier ao Estado !...

O Orador: — Quere dizer, este contrato é por um ano, e só tenciona aproveitá-lo seis meses.

Mas, vejamos agora a situação que Y. Ex.as criaram aos bilhetes de Tesouro.