O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 13 de Dezembro de 1920

15

despachos aduaneiros para as mercadorias, geralmente inferior ao valor real.

Seria menos do que desejaríamos, ínas alguma cousa seria.

Assim não é nada.

Disse o Sr. Ministro das Finanças que não dispõe da cambial suficiente para lançar na praça.

Tem para fazer face às necessidades do Estado em qualquer momento a Agência Financial.

Será o bastante?

Talvez.

Mas V. Ex.a tem já assim um grande meio para reduzir de alguma maneira essa situação cambial, na verdade alarmante.

Logo, dizendo S. Ex.a que não há medidas, permita-me que lhe diga que algumas há, e esta parece-me importantíssima, visto que não me parece que se tivesse publicado esse decreto estabelecendo tal disposição nos termos em que íoi publicado, para brincadeira de crianças.1

Para alguma cousa foi.

É preciso que esse dinheiro entre no país e não fiquemos nesta situação miseranda.

Além de prejudicados, ludibriados.

As forças vivas dizem sempre que querem pagar; mas em verdade o que eu vejo ó que não querem pagar cousa alguma.

Tenho dito.

O Sr. Ministro das Finanças (Cunha Leal):-:—Sr. Presidente: os erros passados são uma triste consolação para as desgraças presentes. "Cometeram-se erros, muitos erros.

Seria outro erro exigir o ouro proveniente das exportações; um erro manifesto: os câmbios então é que vinham para 2 ou 0.

Não assumo essa responsabilidade agora!

O Sr. Raul Tamagnini: — Pelo menos V. Ex.a pode exigir as exportações realizadas há três meses.

O Orador: — Não exijo porque, francamente, há dados do que se tem pago adian-tadament.e aos Bancos. Mas começava a ckantage da baixa dos câmbios.

No momento da realização das exportações, sim, mas agora não há forma de buscar elementos para verificar da entrada ou não dêsso ouro.

Dir-nos-lam: Vamos comprar ouro à praça, as libras provenientes dá exportação. Então é que seria pior. O remédio era contraproducente. (Apoiados}.

Cometeram-se erros muito grandes.

O câmbio sofria com 'essa medida agora.

O consortium fez-se para dar libras e remediar os erros do passado; mas seria um erro...

O Sr. Raul Tamagnini: —V. Ex.'a mandava ordem às repartições aduaneiras e elas entregariam o ouro que já têm. Ou mande então V. Ex.a cessar o termo de responsabilidade das alfândegas.

O Orador: — Eu prefiro fazer isso, para ter assim uma arma para poder usar, mas não agora. Não me sinto com coragem para tal.

Ninguém diz que a dois ou três meses não o possa fazer. ^

Tenho sido inflexível. Quantas dores de cabeça tenho tido desde que há quem queira meter as mãos nos .cofres do Estado e sugar-lhe o que lá há.

A situação é muito melindrosa.

Não se podem encarar as cousas neste momento como em épocas normais.

É preferível caminhar depressa, cometendo ligeiros erros, a ir muito devagar e fazer obra perfeita.

Tenho dito.

O orador não reviu.

CEDEM DO DIA

O Sr. Mesquita Carvalho: — Reatando as considerações sobre a proposta que aumenta a contribuição de registo, analisa-a sob os seus vários aspectos e, particularmente, pelo que respeita à matéria jurídica e à progressão tributária, que reputa desproporcional em relação às taxas estabelecidas no diplomai que se discute.

Faz a crítica das fórmulas aplicadas e respectivas percentagens, verificando diferenciação de castas nos herdeiros de igual categoria, no capítulo de doações ou transmissões de valores.