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Sessão de 13 de Dezembro de 1920

Uma delas, e a mais importante, era naturalmente a de melhoria de situação económica.

Porém, os termos em que essa melhoria era reclamada não eram de molde ao Governo poder atendê-la. Pretendiam os interessados, nem mais nem menos, do que uma subvenção mensal de 100$ para cada um dos membros da classe, indistin-. tamente.

Compreendem, V. Ex.a e à Câmara, que uma tal pretensão representava uma injustiça, porque, a ser aceite, resultaria num quási total nivelamento dos vencimentos de todos os ferroviários.

Quebrar-se-ia aquilo que se chama hierarquia, que é indispensável respeitar em quaisquer serviços, por mais avançadas que sejam as nossas ideas.

Evidentemente que não era de aceita-a fórmula apresentada, mas era de aceitar o princípio de que se tornava indispensável melhorar a situação 4os reclamantes, dada a enorme carestia da vida.

Eu disse então, aos representantes dos ferroviários, que me procuraram, que num prazo curto —fixei-o em três sema-. nas, o máximo — eu faria a revisão do decreto n.° 5:675, que estabelece, os vencimentos, por forma a colocar todos os ferroviários em situação de poderem viver.

Apôs isto o que ^yi?

VI com grande espanto meu, dada a° promessa que fizera, que traduzia a minha intenção e a forma de ver do, Govêi^ no, que uma tal plataforma apresentada pelo Governo não era aceita pelos ferroviários, o que era deveras estranho. Por esta atitude dos ferroviários e pela forma como se conduziam os seus delegados, compreendi que o principal intuito era preparar a atmosfera para uma greve; para isso chegou-se a deturpar as palavras que eu pronunciara nas conferOncias que esses delegados haviam tido comigo.

Todos os males da situação que se criaram eu atribuo exclusivamente aos me-neurs.

O Sr. Sdiwdo de Sowsa: — Eu li no jornal A Batalha o compie renda de uma asnembleia geral dos ferroviários, na qual ae resolveu votar a, grôve revolucionária,

O Orador : — Por isso mesmo é muito importante que o país agora saiba tudo quanto se passou.

A classe queixava-se de que estava mal paga.

De facto assim era, pois havia ordenados irrisórios perante as actuais condições da. vida.

Mas a verdade também é que os ferroviários não tinham o direito de ir para a greve sem ver primeiro ò que alcançavam da promessa que lhe fizera o Ministro.

O Sr. Augusto Dias da Silva: — Mas V. Ex.a mandou militarizá-los l

O Orador: — A intenção do Governo nunca foi a de militarizar a linha. A intenção do Governo era modificar as condições económicas da classe, como do compromisso que eu, como Ministro do Comércio que era, tomara com os delegados dos ferroviários, nos termos que já expus à Câmara.

Uns dois dias depois foi passada uma ordem do Conselho de Administração, a toda a linha do Sul e Sueste, pedindo aos ferroviários...

O Sr. Presidente:^- Tem V. Ex.a apenas 5 minutos-para concluir as suas considerações, caso não queira ficar com a palavra reservada.

í

O Orador: — Peço a V. Ex.* que me

deixe ainda aproveitar esses 5 minutos, e, findos eles, ficarei com .a palavra reservada.

O Sr. Presidente: — Não lhe posso conceder mais de 5 minutos, pois é a hora de se entrar na ordem do dia.

O Orador: — Estava eu dizendo, Sr. Presidente, o seguinte: ó que o Govôrno pretendeu fazer imediatamente, e fez, a remodelação dos vencimentos, e para isso mandou expedir a toda a linha uma ordem d,e serviço.