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Diário da Câmara dos Deputados

Era evidentemente uma rotura de hostilidades !

Em virtude dessa ordem, portanto, e em presença da maneira como as negocia-, coes estavam sendo conduzidas pelos comités dirigentes, e ainda porque ao Governo chegavam constantemente notícias de que a greve revolucionária era um facto, não tive dúvidas nenhumas em mandar fazer a ocupação militar da linha.

E para prova do que afirmo tenho aqui o plano de acção revolucionária dos grevistas, plano acerca.do qual as informações me vinham não só dama origem, mas de várias, e assim e porque o material não era de A ou do B, mas do Estado, o Governo, até para bem dos ferroviários, porque evidentemente eles têm tudo a lucrar com o bom estado do material com que trabalham, o Gove^ao entendeu que devia proteger tanto quanto possível esse material.

Sr. Presidente : vou terminar por agora, dizendo a V. Ex.a que pela primeira vez em Portugal houve uma greve ferroviária sem a respectiva paralização dos comboios um dia sequer, devido às providências tomadas pelo Governo, devido às providências tomadas pelo ilustre chefe do Estaão Maior da Guarda Republicana, hoje Presidente do Ministério, devido, emfim, a todos os meios possíveis de que o Governo lançou mão.

Realmente se não se deu uma paralisação completa dos serviços ferroviários foi porque a acção do Governo se fez sentir, no intuito de evitar os males resultantes dessa' paralisação.

Devo ainda dizer a V. Ex.a que eu não tinha, nem o Governo de que fiz parte, qualquer animadversão contra os ferroviários, e tanto assim que apesar de os Caminhos de Ferro do Estado serem deficitários, e apesar de o Governo não ter compromissos' com esse pessoal, os seus vencimentos foram aumentados num valor aproximado de 7:000.000$.

O Sr. Ministro do Comércio e Comunicações (António Fonseca) :—V. Ex.a dá--me licença? o

Como já não tenho tempo para responder ao Sr. Dias da Silva, peço licença a V. Ex.a para acrescentar algumas considerações àquelas que foram acabadas de fazer por V. Ex.a acerca das reclamações

financeiras do pessoal ferroviário do Estado.

E indispensável-que isto se saiba.

Toda a gente fala em carestia da vida, toda a gente reclama, mas ninguém tem em consideração os sacrifícios que o Estado tem feito em relação ao seu pessoal ferroviário.

Só no ano corrente o aumento de des-'pesa a seu. favor é de 12:000.000$!

Vêem portanto V. Ex.as que, apesar do que se diz, tendo os Caminhos de Ferro 'do Estado um déficit bastante grande, não era possível aumentar mais os vencimentos do seu pessoal sem perigo de cairmos num perfeito abismo (Apoiados).

O Sr. Augusto Dias da Silva: — Os números 'de V. Ex.a revelam apenas o que tem sido a administração republicana em relação aos assambarcadores.

O Orador: — Como V. Ex.a, em face dos números que citei, não pode dizer mal da administração republicana em relação aos ferroviários do Estado, di-lo em relação aos assambarcadores! (Apoiados).

O Sr. Presidente:—Previno o orador de que já passaram os 5 minutos.

O Orador: — Eu peço então a V. Ex.a para ficar com a palavra reservada.

O discurso, na íntegra, revisto pelo ora-f dor, será publicado quando forem devolvidas as notas taquigrájicas* \

O Sr. Ladislau Batalha (para interrogar

'a Mesa)^- Sr. Presidente: desejo simplesmente saber quando se trata da questão do azeite, que está dada há tanto tempo para ordem do dia.

O Sr. Presidente: — Na devida altura.

O Sr. Eduardo Sousa (para um requerimento)'.— Sr. Presidente: tendo sido já reconduzida a comissão de infracção e faltas desta Câmara, para a qual tive a honra de ser nomeado presidente, e havendo assuntos importantes a tratar nessa comissão, eu requeria a V. Ex.a que consultasse a Câmara, a fim de permitir que ela se reunisse amanhã durante a sessão.