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Diário da Cama: i dos Deputados

S. Ex.a terá talvez confundido com a afirmação que fizera de ser ainda de tentar fazer concurso para a aquisição de saques na praça de Lisboa sobre Londres.

Terminando, repito que não acusei qualquer banco de ter feito especulações, e só afirmei a possibilidade de se terem feito.

Pedi, pois, a palavra para explicações, para desde já aclarar a situação nestes pontos, sem prejuízo de novamente me inscrever para discutir o assunto.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Leio Portela: — Sr. Presidente: também pedi a palavra para estabelecer uma questão de facto.

O Sr. Ministro das Finança^ mandon para a Mesa um requerimento, baseando-o em que alguns Srs. Deputados haviam acusado o Banco Português do Brasil de fazer especulações.

Como entre esses Srs. Deputados posso eu estar compreendido, porque só entrámos ainda na discussão eu e o Sr. Ferreira da Rocha, por mim devo declarar que não fiz tal afirmação, e recordo--me bem de que quando levantei aqui a questão, e disse que, ela tinha tomado uma acuidade tam grande na opinião pública que se dizia já que, à sombra dela, se fazia uma especulação e se tinham cometido irregularidades, o Sr. Ministro das Finanças interrompeu-me e pregun-tou-rne se eu tomava a responsabilidade dessa afirmação, e se eti afirmava que a especulação se tinha exercido.

Respondi que não era eu quem tinha de responder, mas sim S. Ex.a, que tinha os documentos necessários para conhecer se se haviam cometido ou não essas irregularidades.

Como eu, o Sr. Ferreira da Rocha demonstrou que à sombra deste contrato se podia fazer especulação, sem atribuir a ninguém esse facto. Foi até o próprio Sr. Ministro das Finanças quem disse que não negava que se tivesse feito especulação.

Sr. Presidente: é conveniente até que se faça o inquérito para se apurar se essas irregularidades se cometeram.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Ministro das Finanças (Cunha Leal) :— Sr. Presidente: duas palavras apenas.

Pelas notas do discurso do Sr. Ferreira da Rocha constato que, a certa altura, parecendo-me que S. Ex.a tinha feito uma afirmação muito concreta, interrompi-o para lhe preguntar:

£ Mas é V. Ex.a quem afirma isso ?

Não sou eu, respondeu-me S. Ex.a...

O Sr. Ferreira da Rocha (interrompendo)'.— V. Ex.a disse isso, quanto à comissão do Banco.

O Orador: — Sou muito cauteloso nas minhas afirmações, e, procurando no relato do discurso de S. Ex.a publicado na Pátria, e que ainda não foi desmentido por S. Ex.Vencontrei. pouco mais ou menos, estas palavras :

«Mas a especulação financeira caminha, embora não seja possível afirmar onde começa essa especulação».

No emtanto, V. Ex.a diz que não afirmou, e eu não tenho que contestar.

De todas as palavras do 3r. Leio Portela e Ferreira da Rocha, não se' podo constatar essa afirmação concreta, mas, no emtanto, no espírito público fica que o Sr. Leio Portela está convencido de que houve especulação. .

O Sr. Leio Portela :— j Estou convencido como V. Ex.a !...

O Orador: — É o princípio de recuo} e já é alguma cousa. Tenho dito. O orador não reviu.

O Sr. Leio Portela:—Não é o princípio de recuo, mantenho o que disse.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. António Gr anjo.