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de 24 de Janeiro de 1921 \

crutas das diferentes armas e serviços, duração que também

Parece-ine, por isso, que só ao Poder Legislativo pertencia tomar qualquer deliberação contrária à matéria que está estabelecida nos diplomas que citei.

Mas, admitindo que o Sr. Ministro da Guerra tiuha, de facto, poderes para alterar, as disposições constantes desses diplomas, vejamos em que consistem as principais alter.-ições que, S. Ex.a lhes introduziu. Elas são do duas naturezas; uma dolas altera as datas da encorpora-çilo, a outra reduz o tempo destinado à, instrução de recru-tas. .

O Sr. Presidente:—'Já deu a hora-de .se entrar na ordem do dia.

O Orador: — Então, peço a V. Ex.a para ficar com a palavra reservada. O orador nào reviu.

O Sr. Presidente: —Fita V. Ex.a com a palavra reservada. Pausa.

O Sr. Presidente:—Vai entrar-se na ordem do dia. Está em discussão a acta. Pausa.

O Sr. Presidente: —Como ninguém peça a palavra, considero-a aprovada.

Seguidamente deu-se conta do cxpedien-te de que dependia resolução da Câmara.

O Sr. Presidente: — Chamo a atenção da Câmara. Não existe ainda na Mesa comunicação oficial, mas, infelizmente, pode considerar-se como certa a notícia, da morte do Dr. Filotnono da Câmara, individualidade que toda a Câmara conhece, não só porqne era reitor da Universidade de Coimbra, mas porque era uma alta figura republicana.

Julgo, por isso, cumprir um dever e interpretar o sentir desta Câmara, propondo que se lance na acta um voto de sentimento por tam infausto acontecimento, dando-se conhecimento dôle à família do ilustre extinto. -

O Sr. Ministro da Instrução Pública (Augusto Nobre): — Sr. Presidente: pedi

a p ilavra para em nome do Governo me associar ao voto de sentimento que V. Ex.a acaba de propor à Câmara, pela perda do ilustre reitor da Universidade de Coimbra, que foi também um dedicado republicano.

Ò Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméiá,: — Sr. Presidente: em meu nome, em nome do chefe do Grupo Republicano Popular, e em nome deste Grupo, c miovidarnente me associo ao voto, de sentimento que V. Ex.a acaba de propor à Câmara. / . .

Efectivamente, o Sr. Dr. Filomeno da. Câmara, foi na cátedra, na sociedade, portuguesa e a dentro da legião de republicanos- um valor que não podemos esquecer.

Honrou a sciência, a cátedra e o país, que o tinham como um dos seus melhores elementos.

Ora numa sociedade como a nossa, em que os valores não abundam, a perda do Dr. Filomeno da Câmara é uma perda quási irreparável.

O Parlamento da "República, por isso, votando a proposta que V. Ex.Mhe apresenta, cumpre um sacratíssimo dever. O Dr. Filomeno da Câmara, é bom hão esquecer, veio para a República numa hora em que o ser republicano era um tanto ou quanto perigoso, de mais para as pessoas que ocupavam na sociedade o lugar que S. Ex.a ocupava.

A dontro da República, elo serviu-a com todo e carinho e zelo, e numa hora grave para a vida da Universidade de Coimbra, numa hora em que, talvez por culpa dos poderes públicos, um terrível conflito se desencadeou, o Governo foi buscar no Dr. Filomeno da Câmara o elemento próprio para o desempenho das altas funções de seu reitor, lugar que S. Ex.a honrou, como já tinha honrado a cate.-.

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Por tudo isto, repetindo o que já disse, o Parlamento da República, associando-se ao voto de sentimento que V. Ex.a propôs à Câmara, cumpre um sacratíssimo dever.

E permita-me V. Ex.a que alvitre que seja dado conhecimento à Universidade de Coimbra da resolução desta Câmara.

Tenho dito.