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Diário âa Câmara aos

de bom grado qualquer iniciativa do Parlamento no sentido do reduzir a força pública, de modo que a República não perigasse. Mas lembrem-se que isso só não faz f numa hora.

É fácil dizer: vamos comprimir as despesas públicas; o que ó difícil é efectivar a promessa. E fácil acrescentar às nossas tiradas estas palavras: vamos comprimir as despesas. Já o Sr. Júlio Martins, ilustre chefe do Partido Popular, numa ocasião a propósito duma cousa semelhante, lembrou a velha zarzuela em que um personagem pregunta a outro: Quando ha-blas con tu rubia, te comprimes?

f Unas veces si, otras veces no!

Mas isto ó uma questão de ordem sentimental. Todos nós estamos absolutamente de acordo, todos nós navegamos nas mesmas águas o todos tomes o coração sentimental dos portugueses, para termos a mania de não atirarmos muita gente para a miséria. E os homens audaciosos que se dizem capazes do atirar para o meio da rua essa legião., que não é tam grande como se diz, de 15:000 funcionários, no geral não passam também do homens sentimentais incapazes de fazer mal a alguém, e as suas frases são apenas de efeito retórico. Como tal as tomo; nem as discuto, nem me zango- por o Sr. António Maria da Silva as ter empregado.

Está S. Ex.a hesitante entre a contiança e a desconfiança. Todas as forças vivas do País dirão, porventura, que S. Ex.a é talvez o homem capaz de realizar a sua política, fazendo o corto enorme das despesas, e realizando quási o equilíbrio financeiro do País à custa disso. Portanto. S. Ex.a está hesitante e vai empregando essas frases de efeito. Todavia, eu que sei o que é a vida política, nilo mo zango com S. Ex.a, nem discuto esse ponto de vista.

Agora, antes de mo referir a alguns pontos de doutrina trazidos pelo Sr. António Maria da Silva, eu preciso de ventilar idcas acerca do valor da sua moção como arma política e acôrca das palavras que S. Ex.a aqui trouxe como meio de esclarecimento da questão.

Eu, Sr. Presidente, pus a questão mais ou menos nestes termos:

Uma moção como a do Sr.. António Granjo, ó claro, ó do desconfiança absoluta: j tira-te daí que ou quero ir para lá I (Risos). Uma inócuo como a do Sr.

António Maria da Silva diz-mo o seguinte : se se tiver de entregar a Agência Financial a alguém, que ela seja entregue a um estabelecimento do Estado. Por consequência, uma moção como esta implica duas cousas: primeira, se a Agência Financial estiver mal denunciada, não tenho de a entregar a ninguém; segunda, na hipótese de estar bem denunciada, tenho de a entregar a qualqu3r entidade directamente interessada com o Estado. Entretanto, o Sr. António Maria da Silva já aqui disse que da discussão travada na Câmara tinha ficado bem estabelecido que a denúncia tinha sido bem feita, o os argumentos apresentados, a rnim, que passo por um absoluto ignorante em questões de direito, a mim não rne repugna aceitá-los.

Assim, Sr. Presidente, eu aguardarei, como mo cumpre, a resolução da Câmara dos Deputados sobre o assuito que se debate, relativamente à Agência Financial no Rio de Janeiro, podendo-lhes no cm-tanto garantir, repito, que o meu único intuito nesta questão ó servir com todo o amor e desinteressadamente c meu país.

O que eu não vejo, repito, é como, pelo facto de a Agência Financial no Rio de. Janeiro ser autónoma, só possa impedir a especulação, pois que esta, a meu ver, tanto se podo fazer quer aquola entidade esteja nas mãos do Banco acjudicatário, quer esteja nas de outra qualquer entidade criada'.pelo Estado.

Esta, Sr. Presidente, é a minha opinião, e creio realmente ser a que ir; ais se aproxima da verdade dos factos.

Poder-me hão dizer que a minha opinião não ó boa; porém, eu estou absolutamente convencido que me encontro dentro da lógica.