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Sessflo de 27 e 28 de Janeiro de 1021

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Pareço que todos estavam comprimidos poraute o Ministro das Finanças, quo, porventura, dentro em pouco todos o apoiavam, todos corn^ ele concordavam para quo elo não produzisse na praça pública a declaração de que todos os Ministros das Finanças desde Monsanto, excepto o Sr. Paiva Gomes, eram pessoas desmerecedoras da consideração de qualquer português.

O Sr. Ministro das Finanças (Cunha Leal):—«TV. Ex.a pode dizer-me em que jornal vinha o que refere?

O Orador:—Não mo recordo agora do nome do jornal, mas isso pouco importa; o que importa é a afirmação, e para que ninguém, bem ou mal intencionado, se possa servir dôsse golpe de capoeira político, eu quero dizer a S. Ex.a, para que -se saiba lá fora, que, na parte que me diz respeito, S. Ex.a não precisa de ir para a praça .pública, pois que eu o convido, e tenho o direito de exigir, que produza aqui todas aquelas afirmações que refe-rentemente ao meu nome tenha a fazer.

Eu não quero chamar à responsabilidade o Sr, Ministro das Finanças, mas quero quebrar os dentes à calúnia, que pode alastrar, em relação à afirmação que acabo de referir.

Sr. Presidente: para resolver esta questão, tem de se acabar, de uma vez para sempre, com as insinuações, por mais veladas que elas sejam. Eu não sei, se a minha moção for votada, se alguém sairá aquelas portas, com a coluna vertebral dobrada; o que afirmo é que o voto do meu partido está nela fielmente expresso, e quer ela seja aprovada, quer seja rejeitada, marca um ponto de vista. E, já que o Sr, Ferreira- da Rocha, indo ao encontro do Sr. Ministro das 'Finanças, declarou há pouco que concordava .com ele, dizendo que era absolutamente necessário falar claro, eu também direi a S. Ex.a, que se esta moção for considerada de desconfiança, seja por quem for, nem por isso arrepio caminho, porquê ela não se presta 'a sofismas, nem o Partido Republicano Português apresentaria essa moção, para aproveitar qualquer trabalho do Sr. Ministro das Finanças. É simplesmente por incidente que vou referir-me ao facto.

S. Ex.* pôs este dilema: ou se punha

uma moção interpretatira, e nesse caso, aprovada pelas duas casas do Congresso, S. Ex.a sairia, depois de praticar os actos - iniciais, ou se estabelecia uma moção de imediata desconfiança.

Não tenho ressentimento pessoal em relação a homens públicos, quando se trate de assuntos que dizem respeito a problemas dos mais graves do país.

Houve- um facto a que S. Ex.a se referiu, ma^ que não vem a propósito de ressentimentos. .

A Câmara já conhece esse facto, e a ôle fez ontem referência no seu discurso o Sr. Rego Chaves, que não ouvi por estar na comissão do finanças, e lamento que se fizesse referência a esse facto.

S. Ex.a disse que se tinha encontrado em circunstâncias iguais àqueles em que eu me tinha também encontrado, no que diz respeito à portaria surda sobre o aumento da circulação fiduciária.

O Sr. Rego Chaves (interrompendo): — Em 15 de Dezembro de 1919 encontrei--me numa situação igual à de V. Ex.a "

Faltava-mo dinheiro, e para sair dá situação só tinha três meios, ou realizar um empréstimo, ou emitir bilhetes do Tesouro, ou aumentar a circulação fiduciária.

As minhas dificuldades eram só por quinze dias, mas para V. Ex.a o prazo era maior.

Se me tivesse encontrado em dificuldades idênticas às de V-. Ex.a teria procedido da mesma íorma.

Apartes,

O Orador:—Agradeço as palavras de V. Ex.a, e devo dizer, já que o assunto veio à discussão, que não me arrependo das palavras que já tenho proferido sobre este facto.

Se S. Ex.a estava colocado numa situação difícil; a minha era angustiosa.

Se eu não tomasse providências rápidas, eu não teria já nesse mês dinheiro para pagar ao funcionalismo, o a situação, terrível, seria aquela que V. Ex.a bem compreende.

Apesar do que se tem dito, eu podia proceder como procedi, e tinha uma lei quo me autorizava a isso.