O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 27 e 28 de Janeiro de 1921

41

mado parte importante no debate: o Sr. Paiva Gomes.

Não tive a responsabilidade da resolução tomada. Encontrei-me diante duma realização tomada .por outros.

Pertenço a um partido que está no Governo, na hora em que tive ensejo de tratar o assunto.

O Sr. Presidente do Ministério sabe muito bem que, independentemente da qualidade de amigo e correligionário, não está actualmente na qualidade de democrático, porque não o íez nessas circunstâncias.

Não oculto em qualquer momento o meu modo de ver pessoal, embora lhe facilite a sua obra se com ela concordar.

Mostrei o inconveniente de que o assunto não fosse definitivamente adiado, sem que fosse trazido ao Parlamento.

Foi o que o Governo da Presidência de S. Ex.a fez.

Vai ser tratado nesta casa do Parlamento.

E esta, Sr. Presidente, a minha opinião, e a opinião do partido a que me orgulho de pertencer.

Assim, Sr. Presidente, eu devo declarar francamente à Câmara que a moção que apresentei representa o modo de ver do grupo político a- que me honro de pertencer; sendo as ideas que tenho apresentado a expressão nítida e clara do modo de ver desse grupo político.

Eu, Sr. Presidente, se quisesse realmente expor a minha opinão pessoal, então faria o mesmo que fez o ilustre Deputado o Sr. Ferreira da Rocha, apresentando, como S. Ex.a fez, uma moção em seu nome pessoal; porém não o fiz, por isso que entendi que pertencendo a um partido, como pertenço, só em nome dele tinha o direito de o fazer.

S. Ex.a sabe muito bem que me tem encontrado sempre a seu lado em todas as questões que são de absoluta necessidade, como por exemplo, a que se referiu às contribuições extraordinárias, industrial e predial, em que eu expus na comissão a minha maneira de ver.

Nunca deixarei de dar o meu apoio a S. Ex.a, como a dei sobre essa proposta de lei que hoje se acha transformada em l#i, e como a darei a todas as propostas que tenham por fim fazer com que o Estado possa receber aquilo a que tem di-

reito, e fazendo com que todos paguem p que devem pagar e que é de direito.

Para mim, Sr. Presidente, é-me indiferente que o Sr. Ministro das Finanças fique ou se vá embora, e o mesmo digo relativamente ao Governo, porém, o que posso afirmar a V. Ex.a e à Câmara ó' que tanto' este Governo como outro qualquer que venha terá o meu apoio e o apoio do partido a que tenho a honra de pertencer, sempre que se trate de assuntos que tenham por fim fazer entrar nos cofres do Estado tudo aquilo que de há" muito já lá devia estar.

É este, Sr. Presidente, o apoio que eu e o partido a que pertenço dão a este ou qualquer outro Governo, sempre que se trate, repito, de assuntos de absoluto in= terêsse para o Estado.

Isto já eu disse em outra época.

Eu também recebi a circular a que o Sr. Ministro das Finanças se referiu, circular da Associação Comercial do Porto.'

Ninguém tem mais o pendão da compressão das despesas; posso não ter aju-' dado com brilhantismo e eloquência, mas ninguém o tem feito com mais sinceridade do que eu. (Muitos apoiados}.

Isso também me tem acarretado sen-saborias dos meus próprios correligionários, mas pouco me importa isso, visto que a minha política ó determinada pelo bem da nação (Apoiados), e não exijo que os contrários concordem com ela.

O facto é que nós não temos autoridade para continuar na bambochata em que temos vivido depois de Monsanto. Não são precisos tantos Ministérios. Fazemos uma demasiada despesa com funcionários civis e muito especialmente com o exército. (Muitos apoiados], \

É indispensável comprimir muitas despesas, não o digo com gosto, mas com confrangimento, mas é preciso em nome da salvação do País. E o próprio Sr. Ministro das Finanças que nos diz que estamos à beira do abismo, nas vésperas da bancarrota. E talvez conviesse a bancarrota se não fosse arrastar consigo os inconvenientes que todos lhe reconhecemos; só assim se convenceriam da necessidade da compressão das despesas.