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Diário (Já Câmara tios Depulfitlos

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira :lo Azeméis):—A culpa ó do Í3r. Ministro das Finanças.

O Orador: — Não percebo o «Aparto.

Eu iiào o torno n.-sponsável, porquo ou ostou o estarei sem j ire ao Indo daqueles homens públicos que, na devida oportunidade, sabem fazer reverter cm f;ivor do Estado aquilo que ao mesmo Estado per-tonce, Mas, só assim ó, eu sou, ao mesmo tornpo, daqueles que entendem que pa;*a só i-onseguir um tal objectivo não há que lançar mão de meios violentos, nem tam poucq que alirmmtar uma perturbação no País que torno inútil o improdutivo o seu sacrifício, pela impossibilidade do pôr cm execução qualquer plano administrativo, quer sob o ponto do vista económico, quer financeiro.

Foram estas as palavras que, então, pronunciei e não outras. Nunca mo associei a campanhas contra o Ministro das Finanças; sei muito'bem pesar as respon-sabilidades dos homens públicos, o principalmente daqueles que, pairando mais alto do que os outros, são, no fim do contas, os que menos dirigem, uma* vez quo eles são simplesmente o eco do partido qus representam.

Afirmou o Sr. Ministro das Finanças que convinha h República quo os seua homens públicos só não degladiassom ao ponto do se diminuírem na sua honorabilidade pessoal. Esto desejo do S. Er.1 manifestei eu claramente no meu primeiro discurso sobro o assuuto, porventura cm palavras menos brilhantes, mas, pelo monos, tam sinceras como as do ilustro ti" tular da pasta das Finanças. Quando se tratou aqui da questão do inquérito ac Ministério dos Abastecimentos, pronunciei-mo sobro elo o todos se recordam certamente da mnneira como eu mo ocupei dos homens públicos atingidos.

Tive já ocasiílo do dizer, na sessão passada, quo eu mo considerava com a autoridade necessária para poder afirmar quo todos os homens públicos tom o direito do se defender das acusações que lhos são feitas, principalmente quando Ossos ataques se dirigem aqueles quo não precisam defender-se do outra cousa que não seja a sua acção como Ministro.

Propriamente cm relação a questão que neste momento se debato, o Sr. Ministro

das Finanças, em resposta às considerações por niim feitas, declarou quo, se no decorrer da sua exposição profrriti algumas palavras ou fez algun:as afirmações que de alguma forma podiam afectar o crédito do país, foi única e simplesmente para ver se assim consegui,! galvanizar a sociedade portuguesa, indicando-lhe o caminho a seguir. Ora eu cré.o que S. Ex.a não tinha necessidade de o fazer.

Não quero repetir o que foi dito; m^o merece a pena. A Câmara, em sua consciOn-cia, quejulguodas palavras tio Sr. Ministro.

Realmente confrangi-mo quo S. Ex.a afirmasse quo no Parlamento os quo o atacavam oram os guardas-avançados dos financeiros.

Quando eu fui Ministro das Finanças nunca nenhum financeiro se permitiu a liberdade do entrar no meu gabinete de chapéu na cabeça.

Duas personagens das finanças me procuraram no meu gabinete. Não mo refiro a pessoas, durante esta questão, senão em termos que não possam ser desagradáveis. Uma foi o Sr. Veríssimo Morais, a quem tinha visto todos prestar as suas homenagens, o a outra entidade, que eu não conhecia, o Sr. Souto Maior, quo teve a gentileza do me ir procurar, sendo bastante cativante para comigo. S. Ex.a aceitava como boas várias medidas que eu preconizava, o disso quo estava disposto a cooperar comigo o com o listado.

Como V. Kx.a vô, apesar já minha tradição do bolcherista, não era homem quo metesse medo a ninguém. Estava ali para cumprir um dever e fosse qual fosso a circunstância, eu não podia c.eixar de admitir quo a vida do Estad3 interessa a todos os portugueses. (Apoiado*).

Qualquer destes banqueiros 'procura chegar a brasa à sua sardinha, e até nas divergências se poderá encontrar, aqueles que nos escutam, a plataforma conveniente para os interesses do,Estado.