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Sessão de 27 e 28 de Janeiro de 1921

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vor que me fez de há pouco ter respondido às minhas considerações.

Não sei, Sr. Presidente, muito bem em que qualidade S1. Ex.a me respondeu; creio bem que foi na sua qualidade de Deputado, agradecendo-lhe ainda mais o apelo que S. Ex.a fez ao Sr. Ministro das Finanças para que se não esqueça de responder às' minhas considerações, quanto mais não seja por uma consideração especial para com o Partido Republicano, Liberal:

Agradeço, repito, esse apelo, esperando que S. Ex.a me dê a honra de uma resposta.

Tenho dito.

O orador ncio reviu.

O Sr. Ministro. das Finanças (Cunha Leal): — Sr. Presidente: levanto-me não para estabelecer comparações -entre a eloquência de S. Ex.a e a minha; mas pela obrigação que tenho de responder ao ilustre leader do Partido Republicano' Liberal, cuja eloquência ó muito superior à-minha, o que de resto não é para admirar, pois que para ser mais eloquente do que eu basta S. Ex.a encontrar-se ao pó da estátua da eloquência.

Não me levantei, pois, repito, para estabelecer-comparações de eloquência.

Não foi para isso, mas sim para levantar uma frase de S. Ex.a : «que se tomasse essa atitude resultaria uma catástrofe para o país».

Eu estou habituado a que o Sr. António Granjo diga uma cousa na oposição e faça outra no Poder. Na oposição pugnava pela amnistia, vai ao Governo não dá a amnistia; volta.depois à oposição, torna a apregoar a amnistia.' Já estou acostumado a ver o Sr. António Granjo pregar contra o Parlamento.

Lembro-me ainda bem.do que S. Ex.a disso em Santarém contra o Parlamento; não estranho, portanto, a falta de lógica da parte de S. Ex.a vendo que vem aqui muitas vezes encher a boca de Parlamento e depois lá fora apregoe a diss.olução.

|É agora que S. Ex.a vem tam pressuroso defender a instituição parlamentar! |*^ Quando é quo S. Ex.a fa,la*sincera e claramente ?

Se>há alguém que não tenha autoridade-para defender o Parlamento é o Sr. António Granjo. . -

Como Deputado anda pregando sempre contra o Parlamento; como Ministro afirmou que nenhum Governo podia viver eom este Parlamento.

Foi só para isto que eu pedi a palavra, para esta simples explicação.

S. Ex.a fez mais preguntas, mas a essas responderá o Sr. Presidente do Ministério porque a ele foram dirigidas.

Porém, sobre a questão feita à volta das minhas palavras, para se armar em paladino do Parlamento, um homem que, nas suas frases, tanto de oposição como de Governo, estabeleceu a condenação do Parlamento, a essa responde-lhe o Ministro, para dizer que o Sr. António Granjo não tem autoridade, pelas suas palavras e atitudes anteriores, para fazer sentir a ninguém que a sua atitude contra o Parlamento era um pouco menos . correcta do que deveria ter sido.

Tenho dito.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente do Ministério e Ministro do Interior (Liberato Pinto): — Sr. Presidente: começarei por responder às preguntas feitas pelo ilustre Deputado Sr. Jorge Nunes.

Referiu-se S. Ex.a ao que se passou em Conselho com o facto Agência Financial. Informo V. Ex.a e a Câmara, de que em Conselho foi resolvida a denúncia do^con-trato da Agência Financial, e que, desse Conselho, o Sr. Ministro das Finanças saiu com a impressão de que estava au-, torizado a abrir o concurso. Que, em Conselho imediato, se resolveu que ao Sr. Ministro das Finanças era. dada plena confiança para executar esse concurso, e somente se disse que tinha sido extraordinariamente vantajoso, que o prazo do mesmo concurso tivesse sido alargado até o fim do mês, para que o Parlamento tomasse conhecimento do assunto «Concurso da Agência Financial». A mim próprio o Sr. Ministro das Finanças mostrou às bases do concurso, e no segundo Conselho a que fiz referência todos os Ministros deviam já conhecer essas bases, e conse-qiientemente, visto que não foram discutidas, é porque eram aceitas por todos os Ministros. ^