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Diário da Câmara d~>s Deputado*

pede sim a minha intervenção em assuntos que não correm pela minha pasta. Não vou, .por isso, falar no assunto em discussão, mas simplesmente chamar a atenção da Câmara para tudo quanto se passou no país, uma vez que nós temos ò direito de saber se a única força que tem animado toda esta campanha é, ou não, simplesmente a do interesse. (Muitos apoiados).

• Fala-se muito na política que nos há-de salvar, mas esquecem-se, talvez, aqueles que tanto a apregoam, que a única política capaz de nos salvar ó a política da verdade. (Muitos apoiados). Fora dela tudo é transitório e fictício, porque o .certo é que na finalidade geral da República, na própria imortalidade daquilo que constitui o património da moral humana, nós verificamos quê-só com a'verdade podemos caminhar com segurança e desassombro.

Vozes: — Muito bem! Muito bem! O orador não reviu.

O Sr. António Granjo: — Sr. Presidente: antes de. mais nada devo dizer a Y. Ex.a que me não conformo pelo precedente aberto pelo Sr. Álvaro de Castro. Acato a resolução de V. Ex.~ mas não me conformo com ela.

Quanto às considerações que acaba de fazer o Sr. António Fonseca, conside-ro-as por demais despidas de importância para me levarem a imitar o gesto de S. Ex.a, falando da tribuna. As palavras que tenho de pronunciar, pronunciá-las hei, singelamente, do meu lugar. . Creio que o princípio da dissolução parlamentar foi votado por este mesmo Parlamento e creio por isso que não pode constituir ofensa para ninguém o .falar dela, a não ser, talvez, para aqueles que frequentemente confundem as instituições •parlamentares com os próprios parlamentares.

A dissolução é hoje um preceito constitucional, e a não ser que tenhamos realizado uma obra hipócrita, esse preceito foi introduzido na Constituição para ter uma realização prática na devida oportunidade. Poderemos discordar dessa oportunidade, mas cercearem-me o direito que tenho de a julgar oportuna é que não tolero sem protesto.

è Apreciar a atual constituição da Câmara, dizendo que já não se sabe o que este Parlamento representa perante o país, ó porventura produzir alguma afirmação gratuita?,; Então não se sabe que este Parlamento foi constituído, quando na República havia três partidos, o Partido Republicano Português, o Partido Republicano Evolucionista, o Partido Republicano Unio-nista, e ainda um partido de menor acção na vida política que era o Partido Centrista com o seu representante, e ainda um outro chamado Concenl ração Republicana das Beiras, que era representado nesta casa do Parlamento pelo Sr. Afonso de Melo? ,? Seria ainda novidade para alguém, que dentro deste Parlamento se criaram mais. três partidos ou grupos parlamentares, que foram o Grupo de Recons-tituição Nacional, o .Grupo Parlamentai: Dissidente e o Grupo Parlamentar Popular? ,

^E, Sr. Presidente, é novidade para alguém que o Partido Republicano Evolu-cionista, o Partido Republicarão Unionista, o Partido Centrista e a Cone entração Republicana das Beiras se fundiram num partido, que ó o Liberal?

£ O que representa este. Partido perante o país?

, Desde que a dissolução foi introduzida na Constituição, eu sustentei .sempre que, imediatamente à constituição deste partido, se devia ter feito a consulta ao país. «r O .que é que representa o Partido Reconstir tuinte e o Partido Republicano Popular? Ninguém o sabe.

Impunha-se portanto umai consulta ao país, para se averiguar a qud ficavam reduzidos os grupos parlamentares, perante asjurnas. Sustentei está afirmativa antes e depois de Santarém, como a .sustentei agora.

,?Mas, significa isto, que ou não tenha pelo Parlamento, —este ou qualquer outro, :— o respeito, a consideração que tam apregoadamente proclamou o Sr. António Fonseca? <_ que='que' com='com' a='a' amor='amor' ex.a='ex.a' é='é' arroga='arroga' especial='especial' pelo='pelo' p='p' _.direito='_.direito' si='si' parlamento='parlamento' um='um' s.='s.' _='_'>

Sr. Presidente: é legítimo que S. Ex.a discuta essa oportunidade que diga que é um erro da minha parte, porque nada tenho com isso.