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Diário da Câmara do& Deputados

O Sr. Plínio Silva: — As palavras que disse estão ditas.

Pelo regimento da Câmara tem o Sr. Presidente plenos poderes para proceder contra qualquer deputado que, porventura, não mantenha respeito pelo prestigio da Câmara.

Como disciplinado que sou, sujeito-me à sanção que V. Ex.a queira impor-me.

O Sr. Presidente:'—Como já disse, eu não ouvi as palavras de V. Ex.a Portanto, sem que V. Ex.a as repita, eu não poderei ser árbitro no assunto.

Estou, porém, certo de que V. Ex.a nada poderia ter dito _que fosse ofensivo do decoro parlamentar, porque isso seria impróprio do seu cartícter.

O Sr. Plínio Silva: — Se V. Ex.a me faz a justiça de se convencer de que eu jamais poderia ter proferido quaisquer frases menos próprias do decoro parlamentar, julgo-me dispensado de repetir o que disse.

O Sr. Presidente:—Tenho autoridade para dizer que, depois das palavras do Sr. Plínio Silva, não vejo razão para V. Ex.as insistirem. '

Apartes. Protestos.

Sussurro.

O Sr. Presidente: — É preciso que se restabeleça o sossego.

O Sr. Afonso de Macedo: — V. Ex.;l tem de chamar à ordem o Sr. Plínio Silva.

Continua o sussurro.

O Sr. Presidente: — Não ouvi da parte do Sr. Plinio Silva qualquer expressão menos respeitosa.

O Sr. Pais Rovisco: —^jSe V. Ex.a não ouviu, como pode ser julgador?!

O Sr. Plínio Silva tem de repetir a expressão. • •

Muitos apartes.

Sussurro.

O Sr. Presidente : - — Eu, deste lugar, não posso estar a discutir com os Srs. Deputados. Só posso responder a um por cada vez.

Desde que digo que não houve da parte do Sr. Plínio Silva idea de desconsideração...

Sussurro.

O Sr. Pais Rovisco: — V. Ex.a parte duma base falsa. Sussurro.

O Sr. Plinio Silva :—Não tenho dúvida em... Sussurro.

O Sr. António Maria da Silva: mara assim não pode funciono.*! /Sussurro.

•A Câ-

0 Sr. Presidente: — Peço a atenção da Câmara. Doutra forma vejo-me obrigado a suspender a sessão.

O Sr. Afonso de Macedo (para invocar o Regimento)'. — Sr. Presidente: as palavras do Sr. Plínio Silva que não foram ouvidas por V. Ex.a, mas que ioram ouvidas por toda a Câmara, foram estas : «a Câmara não estava disposta a continuar a ouvir os insultos do Sr. Ministro das Finanças». Ora bem! Nem V. Ex.a, como Presidente da Câmara, nem nós como deputados, poderíamos admitir que o Sr. Ministro das Finanças ou qualquer outro Ministro ou Deputado, insultasse a Câmara. E por isso que eu peco a V. Ex.a que chame à ordem o Sr. Plinio Silva, quando não esta sessão não pode continuar. (Apoiados e protestos}.

O Sr. João Camoesas (para interrogar a Mesa): — Sr. Presidente: queria perguntar a V. Ex.a se se sabia na Mesa quais tinham sido as palavras do Sr. Plínio -Silva, mas essa pergunta já foi prejudicada pelas considerações do Sr. Afonso de Macedo, que me deram a entender que a Mesa as desconhecia.