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Sessão ~de 11 de Fevereiro de 1921

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o Sr. Ministro das Finanças ainda hoje usou nesta sessão, no seu velho hábito de ironia, posso tomar para mim, porque me custa como republicano suportar tais termos. (Apoiados e não apoiados}.

O Sr. António Granjo (para explicações) : — Sr. Presidente: incumbe, não só a V. Ex.a mas a cada um de nós, manter o prestígio do Regimento, e é apenas por isso que me permito usar da palavra e não para ditar procedimentos a V. Ex.a

A frase julgada insultuosa pelo Grupo Parlamentar Popular foi aquela que referiu o Sr. Afonso de Macedo. Em minha consciência ela deve ser retirada. Seja qual for a opinião que cada um do nós tenha sobre a atitude do Sr. Ministro das Fi nanças em relação ao Parlamento, essa atitude, entretanto, não pode ser considerada por cada um de nós como uma atitude insultante, porque se o fosse a Câmara nunca devia ter consentido que S. Ex.a fizesse uso da palavra em tais termos. (Apoiados}.

De facto, eu o tenho dito, a atitude de S. Ex.a não tem sido de molde, por forma nenhuma, a fazer com que as discussões em que S. Ex.a intervém decorram com a serenidade com quê deviam decorrer. Mas daí até a atitude de S. Ex.a ser julgada insultante, vai uma grande distância. (Apoiados).

Contudo, a questão parece-me que já está resolvida. Realmente, o Sr. Plínio Silva declarou que fazia juiz da questão o Sr. Presidente da Câmara. Desde o momento que o Sr. Presidente deu como não ouvidas as palavras do Sr. Plínio Silva, julgo inútil qualquer cousa mais. A questão está liquidada. Agora só pode ser tratada em qualquer outro sítio.

Vozes:—Aqui, aqui é que tem de ser •liquidada. Sussurro.

Vozes:—Retire-as. Aqui é que foram ditas as palavras.

O Sr. Vasco Borges: — Sr. Presidente: as afirmações do Sr. Plínio Silva não oferecem duas interpretações, mas estou certo de que as expressões do Sr. Plínio Silva foram proferidas num momento de exaltação, pois a comprovada delicadeza

do Sr. Plínio Silva não se comportava com tal atitude, mas o facto é que não pode passar em julgado para o prestígio do Poder Legislativo.

O Sr. Plínio Silva:-r-Pela forma como se manifestaram alguns colegas, vejo que não tenho perdido este ano e meio que tenho ocupado este lugar.

Agradeço ao Sr. Vasco Borges as palavras que acabou de proferir, julgando-me incapaz de usar de qualquer palavra que constituísse insulto.

Depois das palavras que disse, submeto-me às indicações de V. Ex.a e portanto aguardo a resolução de V. Ex.u

O Sr. Presidente:—Das palavras do Sr. Plínio Silva concluo que S. Ex.a não teve nenhum propósito ofensivo, fosse para quem fosse.

O Sr. Vasco Borges: — O que V. Ex.a, Sr. Presidente, tem a fazer é convidar o Sr. Plínio Silva a retirar as suas palavras. De contrário, a sessão [não pode prosseguir.

Sussurro.

Apartes.

O Sr. Presidente: — Neste lugar, tam difícil de exercer — porque eu entendo que é mester manter a maior imparcialidade e ser escravo das praxes parlamentares— eu registo, com desgosto, que em vez de encontrar de todos os lados da Câmara uma atitude que nos possa conduzir todos a um termo, infelizmente os trabalhos parlamentares não correm como seria para desejar.

Convidei o Sr. Plínio Silva a dar-me explicações sobre a sua frase. S. Ex.a disse que não atribuía nada de ofensivo às palavras que proferiu.

No emtanto, a susceptibilidade de uma parte desta Câmara é tam grande que eu. agora apelo para o Sr. Plínio Silva, para o seu patriotismo e desejos conciliatórios, a fim de S. Ex.a dar à Câmara a satisfação que parte dela lhe exige.