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fiiàríô dá Câmara dos

O Sr. Antóiiio trranjo:— (interrompendo) : —O Ministério era outro e o Sr. Ministro da Guerra não concordara.

O Orador: — Falando do Senado, eu faço justiça â integridade moral dos seus 'componentes, pois seria incapaz de mo reíerir de outra forma a essa Câmara: mas o que é certo é que essa proposta, nessa Câmara, tem -sido várias vezes retirada da discussão e ainda continua fora

^Nao -é ju-sto, não é legítimo, que eu estranhe que o Partido Liberal pense aqui de uma forma e no Senado do outra?

O Sr. António Granja: —O Partido Liberal é função da oportunidade e votou como -devia votar, quer numa Câmara quer na outra.

O Orador: — Fazendo parto do Governo o Sr. Helder Kibeiro, e em o Ministro da Guerra quem devia ter indicado ao Sr. Presidente do Ministério quais eram •os crimes essencialmente militares que deviam ser amnistiados, S. Ex.a concordou, mas no S'enado o Sr. Ministro da Guerra Álvaro de Castro considerou esse projecto como atentatório da disciplina militar.

Ora, como V. Ex.a sabe o verifica agora, eu sou completo nas minhas considerações.

Interrupção do Sr. António Granjo não' ouvida,

O Orador: — Sr. Presidente: já insisti e tive felizmente da parte dos meus correligionários do Senado a maior boa vontade, para que o projecto de amnistia aos militares do Corpo Expedicionário Português fosse aprovado de forma que tenha execução no dia 31 de Janeiro. Não o consegui porém.

Aproxima-se uma outra data, data que todos nós sentimos, e que é o 9 de Abril.

Sabe-se que essa data foi encolhida, e muito bem, pelo então ilustre Presidente do Ministério Sr. António Granjo, para que se fizesse a comemoração aos soldados desconhecidos mortos na Grande Guerra, data que, a meu ver, V. Ex.a devia aproveitar, procurando desde já, co'm â sua muita diplomacia, com o seu muito afecto aos valorosos soldados do

Corpo Expedicionário Português, que a amnistia seja aprovada na outra Câmara de forma que, nossa data, esses militares sejam amnistiados.

Quero dizer a V. ExA neste momento, que colha as suas informações, se as minhas não forem suficientes, porque uma certa quadrilha da mão fatal, de que tanto se falou, não pode ser amnistiada, por esse decreto, e estou convencido do que alguns indivíduos que a essa troupe pertenceram já há muito tempo andam e:n liberdade.

Além disto, V. Ex.a Sr. Presidente do Ministério, foi uma vítima directamente atingida por esse período do sidonismo, e eu posso afirmur que as causas que levaram alguns desses soldados, que anteriormente tinham demonstrado sempre o seu amor à Pátria e à EepúbJca, a praticar muitos actos condenáveis, foi serem vítimas directas do movimento que aqui se fez, contra a nossa intervenção na guerra.

E, já que falei no 9 de Abril e na comemoração que se tenciona fazer, desejo referir-me às palavras quo nosta Câmara foram pronunciadas há dia;s pelo Sr. Leote do Rego, pedindo a V. Ex.a que empregue os seus esforços para que nos poupe à necessidade de termos de tomar qualquer atitude, que tenha por fim impedir que os militares desconhecidos mortos na Grande Guerra, vão repousar nos Jerónimos, ao lado do cadáver de Sidónio Pais. Com toda a lealdade devo dizer a V. Ex.a que este assunto é delicado, e que, conseqiientemente, V. Ex.a deve evitar que se dêem quaisquer incidentes desagradáveis, pois, camaradas meus estão dispostos a secundar qualquer gesto que seja necessário efectivar para que os cadáveres dos soldados desconhecidos não vão repousar nos Jerónimos.

Sr. Presidente: diz-se por aí que eu quero mais bolchevismo e para que as minhas palavras não tenham um significado errado, eu vou explicar à Câmara o meu pensamento.