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Sessão de 10 e 11 de Março de 192 í

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jE um telegrama que pode encher de orgulho não só a minha qualidade de cidadão, mas também como Ministro da República!

j Aqui tem V. Ex.a e a Câmara como são tratados assuntos desta natureza na imprensa do meu país! (Apoiados).

j Estou farto de ser Ministro; não me encontro aqui por vaidade, nem por necessidade !

i Se alguém tem o irresistível desejo de ocupar a minha cadeira, não tenha dúvidas de que eu lha cedo imediatamente !

A cadeira de Ministro dos Estrangeiros da República Portuguesa está à espera que um patriota maior do que eu a venha ocupar.

A cadeira de Ministro dos Negócios Estrangeiros está à espera ainda do homem de raro talento e de alta envergadura capaz de sobraçar com incontestável competência a pasta que neste momento se encontra a meu cargo; mas o que eu posso afiançar é que ele não procederá nem com mais cuidado, nem com mais zelo, nem com mais patriotismo do que eu tenho procedido.

Vozes: — Muito bem, muito bem.

O discurso será publicado na integra quando o orador haja devolvido as notas taquigràficas.

O Sr. Plínio Silva: — Foi com bastante alegria que eu constatei que o Sr. Nuno Simões não conseguiu destruir as afirmações que há pouco fiz e que mantenho, apesar de muitos dos Srs. Deputados, com uma franqueza muito digna de aplauso, as terem classificado de ingénuas.

Depois do que o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, com o vigor extraordinário da sua palavra e com a energia de quem se sente profundamente maguado, acaba de dizer a esta Câmara, mais razão S. Ex.a veio dar ainda às minhas afirmações.

O Sr. Nuno Simões, com cuja amizade muito me honro, foi, além disso, duma grande injustiça para comigo, porquanto eu sou um dos grandes admiradores do jornal que S. Ex.a tam brilhantemente dirige, porque reconheço que ele é um dos mais bem feitos da nossa, imprensa.

Eu não fiz a mais pequena referência nem ao Sr. Nuno Simões, nem ao jornal A Pátria, e, se a fizesse, outra não poderia ser que não fosse a de inteiro aplauso à obra de um novo que eu muito admiro e considero pelas suas qualidades excepcionais.

O que eu disse foi que era grande o meu desgosto em verificar que a grande imprensa do meu país, sem o mais pequeno respeito pelas pessoas qae na nossa sociedade desempenham os mais elevados cargos, se permitia fazer blagues dos seus actos e das suas intenções.

Eu disse, então, que os jornais tinham, evidentemente, o direito de criticar, consoante as suas opiniões políticas, os discursos que aqui se pronunciavam, mas, o que não tinham era o direito de os alterar, dando-lhes um sentido absolutamente diferente.

Tudo quanto afirmei ficou, não obstante a intervenção do Sr. Nuno Simões, inteiramente de pé.

O orador não reviu.

O Sr. António Mantas — Sr. Presidente: falo na minha qualidade de independente; e nessa qualidade é-me indiferente que no Governo estejam as figuras que estão ou quaisquer outras. Que estejam republicanos é o que eu quero, porque confio na obra patriótica do Governo.

Sr. Presidente: se outro motivo eu não tivesse para entrar neste debate, bastavam-me as declarações terminantes feitas neste momento pelo Sr. Ministro dos Estrangeiros.

Da declaração ministerial vários pontos tenho que discutir, mas um há que, sobretudo, me interessa e que já abordei nesta casa do Parlamento.

Felicito S. Ex.a o Sr. Ministro por ter feito declarações terminantes a propósito das reparações que nos são devidas pela Alemanha, e desejaria também ouvir da parte do Sr. Ministro dos Estrangeiros terminantes declarações sobre o que se tem passado no Brasil com os portugueses aí residentes.