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Sessão de 10 e 11 de Março de 1921

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posso, nem devo fazê-lo, porém, pelas razões que tive ocasião de expor.

Além disso, e não quero agora alongar mais as minhas considerações sobre este ponto, disse que é preciso fazer urna revisão completa das nossas estradas, e alterar cortas características atendendo aos novos processos de viação acelerada, e todos esses factores são de ordem tal que, desde quê abordemos o problema das estradas, isso deve ser feito na máxima latitude.

Há um ponto a discutir e tratar: se essas estradas devem constituir um ramo dependente de administração geral de estradas, e se devem ficar, segundo a classificação antiga, dependentes dos concelhos ou distritos.

Na lei francesa de 25 de Julho de 1920, há um aumento de 20 por cento destinado a dar aos departamentos as receitas para as estradeis departamentais.

Mas desculpe me a Câmara de me ter alongado neste ponto, mas entendi que devia dizer ao Sr. Ministro do Comércio este modo de pensar, para S. Ex.a ficar habilitado para quando o assunto for tratado.

Como modestíssimo cooperador das tropas portuguesas que em França e em África combateram ao lado dos aliados, entendo também do meu dever levantar uma afirmação feita pelo Sr. António Granjo e que não corresponde à verdade.

Referindo-se S. Ex.a ao defectismo que em Portugal se manifestou durante a guerra, disse S. Ex.a que o movimento si-donista de 5 de Dezembro em Portugal, e que pôs na fronteira o actual Presidente do Ministério e outros vultos, como Leote do Eêgo e Norton de Matos, tinha sido olhado com simpatia no C. E. P.

Estranho que S. Ex.a, que pertenceu à unidade mais honrada que houve no C. E. P., infantaria n.° 22, unidade essa a que S. Ex.a de.u uma grande parcela do seu brilho pela forma honrosíssima como se houve, como simples alferes de infantaria, diga isso.

S. Ex.a, pela sua situação especial não pôde dizer que o movimento sidonista tinha sido recebido com simpatia no C. E. P.!

Sr. Presidente: queria neste momento prestar a minha homenagem ao regimento de infantaria n.° 22, que foi. repito, uma das unidades mais honradas em França, uma

das unidades que em França cumpriram integralmente o seu dever, e a primeira que sofreu o choque mais violento da parte dos alemães.

Infantaria n.° 22, Sr. Presidente, foi uma unidade que sempre esteve disciplinada, mesmo muito disciplinada, conforme eu já tive ocasião de dizer em aparte ao Sr. António Granjo.

Sei, Sr. Presidente, e é triste dizê-lo, que infantaria n.° 22 não apareceu rodeada dessa merecida glória, porém, a culpa foi de não haver lá um oficial que tomasse a peito o assunto.

Não posso no emtanto deixar neste momento de prestar a minha homenagem aos relevantíssimos serviços prestados pelo Sr. Eosado.

Não quero neste momento deixar de fazer justiça ao C. E. P., e, fazendo um pouco de história, devo' dizer que, quando se deram em Lisboa os acontecimentos que de toda a Câmara são bem conhecidos, pensou-se logo em França, caso a monarquia fosse restaurada, em mandar para Lisboa forças de infantaria e de. artilharia a repor as cousas no seu verdadeiro pé. O Sr. António Granjo deve saber muito bem qual foi a atitude das tropas.

E já que falei, Sr. Presidente, dos militares do C. E. P., aproveito a ocasião de chamar a atenção do Sr. Presidente do Ministério para um assunto que sinto não ter vindo referido na declaração ministe-terial, qual seja o que diz respeito à amnistia e que deve merecer a especial atenção de S. Ex.a, esperando eu que S. Ex.a se ocupe do assunto, resolvendo-o o melhor que puder.

Trate, pois, S. Ex.a de apresentar uma proposta de amnistia, mas que abranja somente os presos políticos e militares do C. E. P., que a Câmara, estou certo, há de concordar com ela, votando-a por unanimidade.

Repito: apresente V. Ex.a à Câmara essa proposta, pedindo para ella a urgência e a dispensa do Regimento, que ela, estou certo, será aprovada: