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Se&ão àè 10 e 11 de Março dê 1921

estou fazendo, chamo a sua atenção para o quo vein publicado no jornal A Época, •do dia 4 do corrente, relativamente às considerações aqui produzidas pelo nosso ilustre coiega Sr. António Francisco Pereira.

_ Verá, depois disso, a Oâmarà se eu tenho 'ou não motivo para exigir que a imprensa do nosso paí$ procure trabalhar por 'aquela forma honrada e séria que ó justo esperarmos dela.

Sr. Presidente: o meu primeiro cuidado, amanhã será ler com toda a atenção ô extracto que se publicará nos jornais a propósito do que tenho dito hoje nesta •casa do Parlamento.

Vevomos se de facto esse extracto traduz nas suas palavras a verdadeira atitude que eu 'assumi e as boas intenções que me animaram e que, por certo, têm sido claramente compreendidas por todos aqueles qiie me têm prestado a sua atenção.

Uma wz: — Isso ó -que sej chama fazer bom reclamo.

O Grâd'or: — Sr. Presidente: estando presente o Sr. Ministro dos Negócios Estrangeiros, a S. Ex.a me vou dirigir, tratando do assunto que é constituído pelo artigo publicado no jornal A Capital do dia 3 dó corrente.

Todos que leram esse artigo com aten-Ção deverão reconhecer que eu também tenho o direito de sentir que sejam "obrigados os militares a colaborarem na confecção dê notícias que julgo contrárias aos interesses da Pátria e da Republica.

"E tanta razão me assisto quanto ó certo 'que já hoje depois de aqui entrar, tive conhecimento de que o Governo se vira forçado a ordenar a apreensão daquele jornal.

É preciso que se modifiquem todos estes processos que ultimamente têm sido adoptados pela imprensa para servirem as suas campanhas. É desta orientação que nasce em grande parte a confusão em que vivemos.

Ainda há pouco, quando era Ministro das Finanças o Br. tíanha Leal, eu sen-ti mágua ao ler os artigos que se escreviam em alguns jornais. A meu ver, a imprensa não tinha o direito de publicar ar-

tigos como aquele que ficou conhecido pela designação: O Armário da Louca. Sr. Presidente: precisamos todos, sem intuitos políticos, de olhar a sério todos os graves problemas que envolvem a questão social.

Existe de facto, não só em Portugal mas em todo o mundo, um conflito gravíssimo entre operários e patrões ou seja entre o capital e o trabalho; em toda a parte esse conflito está revestindo um aspecto que nos deve preocupar.

Ainda não tive ocasião de apurar os elementos necessários que me permitam ter uma clara visão sobre o assassínio de D. Eduardo Dato, ocorrido em Madrid, para poder sobre ele formular a minha opinião; mas o que sei é que em Espanha a forma como esses conflitos se estão' desenvolvendo, tem um carácter extremamente grave, que nós por forma alguma devemos desprezar.

O que se passa em Barcelona, quer por parte dos operários, quer por parte dos patrões, é uma cousa extremamente aterradora e que devemos evitar que em Portugal se procure copiar.

Assim, Sr. Presidente, eu sei que infelizmente para nós, portugueses, já em Portugal se tentoU formar e não sei seja se formou uma organização do patronato, que mó consta ter sido-inspirada em parte na constituição duma instituição análoga de Barcelona, que não tem senão originado conflitos. Não compreendo que pelo facto dum operário, seja de. que" ideal político for, ter assassinado um pa-trão, como represália a esse facto se assassinem dois ou três operários. Ora os acontecimentos de Barcelona têm esse aspecto de represália.

Não devemos copiar tani maus exemplos e eu julgo que são os partidos políticos, honestamente organizados e animados das melhores intenções, que devem servir de medianeiros nesses conflitos entre toperários e patrões.