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Sessão de 10 e 11 as Março d& 1921

que os Ministros estavam todos em desacordo, mas que o Sr, Bernardino Machado estava de acordo com todos ales, corresponde a uma realidade, mas que eu de ibrina alguma posso compreender como se pode dar.

Sr, Presidente: o Sr. António Granjo defendeu nesta Câmara o seu já conhecido ponto de vista, que depois no Congresso do seu Partido passou a ser uma aepiracão do Parado Republicano Liberal: a necessidade da dissolução.

Disse S. Ex.a, e é a minha opinião, sor necessário saber-se quanto possível for, se na roalidade o Parlamento tem funcionado por haver cousas graves a tratar, não convindo interromper o funcionamento da Câmara. Por isao não teria vindo a dissolução parlamentar.

Disse S. Ex.a que o Parlamento actual, pela sua constituição, pelos grupos formados depois da legislatura começada, ó de tal forma diverso, e tinha tido uma origem tam «original» que necessário se tornava saber se, de facto, esta corrente que existe na Câmara não estava unicamente restrita a este ambiente, e se há no país uma corrente, na realidade, que dê razão a tal afirmação.

S. Ex.a não incluíra o seu Partido,s porque, de facto, o Partido Liberal também foi constituído nas mesmas condições em que se constituíram os outros partidos.

O Sr. António Gr'anjo(interrompendo)'.— l A constituição do Partido Liberal foi resolvida pelos partidos que hoje o constituem !

O Orador: — Mas o que é forte é que o Partido Liberal só encontra nas mesmas condições em que se encontra o grupo Popular e ô grupo Dissidente. Demais S. Ex.a sabe muito bem que o país ainda olha com desconfiança para esse Partido, e que ele forme um Governo, não porque não tenha confiança no republicanismo de S. Ex.a5 mas porque está ainda muito recente a adesão de certas individualidades do dezembrismo,

Isso deve sentir o Sr. António Granjo, porque o país tem o direito de desconfiar dessa adesão.

Se a dissolução fosse possível, parece--me que só uni partido teria direito a ela.

Se o Partido Republicano Português ace-

deu a que na Constituição se consignasse o principio da dissolução, foi para que se não dissesse que este partido queria s.fm-pre estar agarrado ao poder.

Foi com sacrifício que alguns correligionários meus votaram esse principio.

Se algum partido tem no. espírito republicano maior número, de simpatias, é sem dúvida o Partido. Republicano Português. (Apoiados da esquerdo).

O Sr. António Granjo (interrompendo):— !É preciso provar isso, não com gritem, mas com votos l

O Orador: — Sr. Presidente, ainda bem. que o Sr. Cunha Leal no seu discurso nos pôs abertamente à vontade, por forma a não haver que recear de conluios nos corredores a certas horas da noite, para apresentarem moções de desconfiança.

Assim, o Sr. Cunha Leal entende, o muito bem, que todos nós devemos defender os nossos pontos de vista, e temos igualmente o direito de discutir os seus actos e contrariá-los mesmo.

Sr. Presidente: o ideal seria que o Sr. Bernardino Machado conseguisse formar um Gabinete com todos os chefes; então teria o acordo de todos os lados da Câmara e cada um ficaria com a liberdade, sem preocupações partidárias, de discutir as medidas apresentadas pelo Governo.

Desta forma ficaria resolvido o problema político.

Eu sou daqueles quo pensam que o actual conflito entre as empresas jornalísticas e os trabalhadores de imprensa se pode resolver com honra para esses dois grupos.

A questão devia só sor posta no seu aspecto económico e creio que esse é o único aspecto que deve ser encarado (Apoiados).

Foi assim que o ilustre Presidente do Ministério que antecedeu o actual, o Sr. Liberato Pinto., pôs inicialmente a questão, e acho que S, Ex.a foi íeliz na forma como o fez.