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Sessão de 10 e 11 de Marco de 1921

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tos, e nós reconhecemos isso, o que é certo também é que as empresas vivem com dificuldades. (Apoiados), Aliás, há também uns trabalhadores de imprensa, quep são os empregados das administrações dos jornais, que carecem e muito de auxílio. (Apoiados).

Sr. Presidente: são estas as considerações que queria fazer e releve-me V. Ex.a a veemência de que usei, mas alguns De-putaxios que levantaram a questão, por um princípio de intolerância que não compreendo, não me queria deixar tratar dela, tendo-a aliás, trazido ao Parlamento. (Apoiados).

O discurso será publicado na íntegra,- revisto pelo orador, quando restituir as notas taquigráficas que lhe f oram enviadas.

O Sr. Costa Júnior: — Sr. Presidente: começo por saudar o Governo e o seu ilustre Presidente o Sr. Bernardino Machado. Em seguida, vou ocupar-me do assunto para que pedi a palavra.

Diz S. Ex.a, na sua declaração ministerial, que há dois assuntos importantes que o Governo tem em especial de resolver; um deles é a questão financeira, cujo programa já aqui foi criticado pelo Sr. Cunha Leal, com todo o brilho, toda a energia e toda a competência de que S. Ex.a é possuidor; e o outro é a questão dos abastecimentos, que eu vou tratar não com o mesmo brilho, a mesma ener-. gia e a mesma competência desse Sr. Deputado, mas com certeza com a mesma boa vontade deque S. Ex.a deu pro-. vás.

Br. Presidente: eu procurei na declaração ministerial qualquer frase que se referisse a1 essa momentosa questão, e não encontrei senão palavras dispersas, não traduzindo, sequer, uma idea. J Eu sei a dificuldade que levou, talvez, -o Sr. Presidente do Ministério a não se referir desenvolvidainente ao assunto: foi porque sendo S. Ex.a interino da pasta da Agricultura, não se quis antecipadamente comprometer.com declarações que não sabia se seriam aceitas pelo seu sucessor.

Mas remedeio a parte da declaração que nada diz, com as afirmações que S. Ex.a fez numa entrevista que concedeu ao Século, quando tomou posse do seu Ministério, afirmações que nos indicam

qual é' a orientação que por sua vez S. Ex.a tenciona imprimir ao assunto.

Deste modo, vou chamar a atenção do Sr. Ministro interino da pasta da Agricultura para um assunto bastante grave.

S. Ex.a sabe que ultimamente se tem feito o tabelamento de vários géneros. Ora em primeiro lugar entendo que ele tem sido mal feito, e em segundo lugar julgo que ele nunca se deve fazer sem que o Governo conte com os elementos precisos para satisfação das requisições. O não se ter atendido a esta circunstância, é uma das causas do povo português estar cada vez mais descrente da acção dos homens republicanos, pois que está cons-tantemente a ser enganado. Vemos o que sucedeu com o azeite: anunciou-se que havia, fez-se a restrição e o tabelamento, pois há muitíssimas pessoas que não receberam a quantidade que era marcada por lei, em vista da má orientação que ibi dada a esse serviço. (Apoiados}.

Vou também, Sr. Presidente, referir-me a outra questão que é muito grave a meu ver, qual seja a que diz respeito ao pão.

A moagem, Sr. Presidente, tem estado calada há muito tempo, não fazendo nenhuma reclamação, o que me tem feito uma certa espécie e assim tratei de ver qual o motivo por que ela assim tem procedido, tendo chegado à seguinte conclusão :

Sr. Presidente: a moagem, pelo decreto n.° 6:899, de 6 de Dezembro de 1920, tem comprado o trigo ao preço de $48 cif Tejo, sendo este o preço por que o tem pago ao Estado. ,

Interrupção do Sr. António Granjo que não se ouviu.

O Orador: — Seja como for, o que é um facto é que a moagem, pelo decreto n.° 6:899, de 6 de Dezembro de 1920, adquire o trigo ao PTQÇO de $48, mercadoria cif Tejo, perdendo com isto o Estado aproximadamente 50 milhões de escudos."