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Diário da Câmara dos Deputados

percentagem da extracção da farinha, que passou de 12,5 para 15, na do primeira, de 62,5 para 62 na farinha do segunda, e de 25 para 23 na sômea, se se fizer a conta dos lucros brutos desdo que começou a vigorar ôste decreto até ontem —que foi quando fiz este cálculo— dá a importância de 914.160$. Quero dizer, a quantia que a moagem ganhou desde 6 do Setembro até agora foi de 2:690.440$.

Imagine V. Ex.a, Sr. Presidente, e a Câmara, como a moagem deve estar satisfeita com este lucro. Mas, cousa curiosa: o Estado está perdendo centenas de contos na farinha, não só na que se emprega para o pão, mas também naquela que só emprega no fabrico de bolos, bolacha^ e pastéis, porque pelo decreto n.° 6:858, de 23 de Setembro, a farinha do primeira que não se consome fica o Estado com ela, dando lugar o que agora sucede, ele ter cerca de 4 milhões de quilogramas sem saber o que lhe há-de fazer.

Todos os que conhecem um pouco dêsto assunto sabem muito bem que é fácil aumentar a extracção, passando de 75 para 80; basta para tal accionar determinadas peças do maquinismo. Ora é exactamente isto que se tem feito, o que tem levado a moagem a ganhar rios de dinheiro. E para este caso que eu chamo a atenção do Sr. Ministro da Agricultura, lembrando a S. Ex.a que se medidas urgentes e enérgica» não forem tomadas, dentro em breve nos veremos a braços com uma crise tremenda, cujas consequências não podemos prever.

Por outro lado, é preciso haver todo o cuidado em não vir para público com promessas que se não podem cumprir, visto que daí só pode resultar o descrédito da administração pública. Não basla apregoar a sinceridade das nossas ideas; é, também, necessário que os nossos actos comprovem a existência dessa sinceridade, o não é, evidentemente, prometendo uma cousa e faltando a ela, que nós a comprovamos. (Apoiados).

O Sr. Cunha Leal, no seu discurso de ontem, afirmou que estava na intenção de insistir pertinazmente na efectivação da chamada compressão das despesas públicas. Pela minha parte, prometo insistir não menos pertinazmente na resolução do problema das subsistências.

Eu sei, é certo, que o problema se não pode resolver dum dia para o outro.

O Sr. António Granjo : — Pode, sim, senhor; veja V. Ex.a o que só passou há pouco tempo na Itália, a propósito do pão.

O Orador:—De acordo; mas o problema das subsistência s é mais vasto, não trata apenas do pão.

Eu peço ao Sr. President3 do Ministério que desculpe a minha oufc adia em chamar a atenção de S. Ex.a para Oste ponto; se o faço é simplesmente pelo muito interesse que tenho em o ver resolvido eficazmente, a lembrando S. Ex.a um problema cuja solução constituiria mais um relevante serviço prestado ao país.

O Sr. António Granjo: — O que seria •urioso saber ora a lazão porque se não encontra a funcionar a moagem da Ma nutenç.ão Militar.

O discurso do S'r. Costa Júnior será publicado na integra quando forem devolvidas, revistas pelo orador,, as notas ta-quiyráfícas.

O Sr. Plínio Silva: — Sr. Presidente: definida pelo ilustre leader do Partido Eopublicano Português, a que tenho a honra de pertencer, a atitudo dos Depu-íados dôsse Partido, poderá parecer descabida a minha intervenção neste- debatu. Direi mesmo que talvez não faltará quem classifique do indisciplinada esta minha atitude; mas, habituado desce a primeira vez em que entrei nesta COmara, a defender os meus pontos de vista, sem por forma algnma ir contra a maneira de ver do agrupamento político a qie pertenço, entendo que tenho legítimo cireito de manifestar franca e abertamente os meus princípios, e, assim, eu reajo e não dou razão àquela pessoa que já uma vez se permitiu fazer uma apreciação a nosso respeito, em quo teria razílo até certo ponto, se õe facto nós não manifestássemos sempre as nossas opiniões.