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Diário da Câmara do» Deputados

as pretensões da Alemanha se não realizassem. Alguma cousa, pois, se fez já nesse sentido; não resta mais do que continuar uma obra já iniciada.

O Sr. Ferreira da Rocha conhece muito bem quais os meus planos de administração e sabe, por isso, que uma das minhas primeiras medidas será a da criação dos serviços de contabilidade.

Angola tem magníficos portos, não com o céu azul de Lisboa, mas com condições para se estabelecerem bons cais e armazéns, havendo a impressão de que os portos de Angola são os melhores portos da África Ocidental.

A política dos caminhos de ferro de Angola é uma política digna da maior consideração para que seja resolvido tam importante problema.

Temos de construir vários caminhos de ferro, alguns mesmo que serão elementos de trânsito.Desde que eles estejam, construídos, todas as mercadorias estrangeiras virão embarcar nos nossos portos, devendo nós dar-lhes toda a facilidade de trânsito, tendo os devidos interesses e lucros, n1 as sendo tudo feito debaixo da nossa fiscalização.

São esses os caminhos de ferro principais.

Temos já o caminho de ferro de Benguela que está concedido a uma companhia portuguesa, tendo o Estado uma participação de 10 por cento.

Espero que esse caminho de ferro se desenvolva cada vez mais.

Quanto ao caminho de ferro de Arnba-ca, com o troço de Malange é de toda a conveniência que se j a resolvida pelo Estado a sua situação.

E também de vantagem para a província construir outros caminhos de ferro a partir da Baía dos Tigres.

Devem também construir-se caminhos de ferro de interesses regionais, com a bitola de 60 centímetros, emquanto o movimento não exija mais.

Além destes caminhos de ferro de interesses regionais, será também útil construir caminhos de ferro de interesse local também com a bitola de 60 centímetros, podendo eles serem dados em concessões particulares.

Tudo isto interessa largamente, à política de caminhos de ferro.

O Sr. Ladislau Batalha referia-se ainda

à telegrafia e telefonia; devo dizer a S. Ex.a que hoje temos ali bens telégrafos, bons telefones em quási toda a província. Além disso, temos já uma estação de telegrafia sem fios no Lobito e outra em Loanda, estando a construir-se outras mais em número de doze e devendo ser esse número dentro em pouco considerà-velmente aumentado.

Quanto às missões, é esse evidentemente um assunto importante.

As missões são de duas espécies, portuguesas ou estrangeiras; temos de admitir umas e outras, mas hoje há uma diferença e é para essa diferença que chamo a atenção da Câmara: há uma convenção que está pendente de ratificação, e seria conveniente ratificar rapidamente, com determinadas restrições à entrada das missões estrangeiras. Hoje as missões conservam-se no território nacional emquanto não perturbarem ou não forem elementos de perturbação da ordem pública. Creio que estas palavras são bastantes para se exercer sobre elas uma fiscalização.

Quanto às missões portuguesas, devo dizer que quantas mais melhor; terão de mina, sem olhar em nada ao seu credo e à sua constituição, toda a protecção, e é esse o meu dever, em face da Constituição da República.

Entendo que as missões laicas, quando bem orientadas e dirigidas, devem produzir altos benefícios para a civilização de Angola, para a civilização portuguesa, que é essa que lá nos importa sobretudo.

Além disso, ficou expresso nessa convenção que as missões não pedem ser admitidas, desde que sejam contrárias aos princípios da Constituição política do país; quere dizer, não admitimos em Angola ou em qualquer outra .colónia, nem congre-ganistas, nem jesuítas. ,

Sr. Presidente: eram estes os pontos principais a que me julgava obrigado a referir-me em resposta às considerações feitas pelos Srs. Deputados que tomaram parte no debate.

Como já disse, tinha vontade de me alongar mais nas minhas considerações, mas sou o primeiro a reconhecer que não devo fazê-lo, atento o adiantado da hora.