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Sessão de 15 de Março dê 1921

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a missão de que fui encarregado. Estou certo de que assim terei a sorte de, nessa missão, poder conseguir mais uma vez alguma cousa para o engrandecimento do país e para o ressurgimento da nossa Pátria.

Tenho dito.

O orador foi muito cumprimentado.

°O discurso será publicado na integra, revisto pelo orador, quando devolver as notas taquigráficas que lhe foram enviadas.

O Sr. Presidente: — Comunico à Câmara que está sobre a Mesa um of.cio do Ministério da Marinha, comunicando que o vapor Carvalho Araújo conduzirá até fora da barra, no dia 16 e ao encontro do vapor Porto em que vem o cadáver do Soldado Desconhecido, embarcado no pôr-to do Havre, os membros do Parlamento que desejem encorporar-se no cortejo marítimo.

Para prestar as homenagens ao Soldado Desconhecido, a Mesa nomeia uma comissão composta dos seguintes Srs. Deputados:

Abílio Marcai, Baltasár Teixeira, A. Mantas, Leote do Rego, António Granjo, Pinto da Fonseca, Sá Cardoso, Pereira Bastos, Américo Olavo, Domingos Cruz, Evaristo de Carvalho, Dias da Silva, Jaime Coelho, António José Pereira, Tavares de Carvalho, Pacheco de Amorim, Manuel Ferreira da Rocha, Jacinto de Freitas.

O embarque efectua-se no Arsenal de Marinha às 11 horas,

Está interrompida a sessão devendo reabrir às 22 horas.

Eram 20 horas e 16 minutos.

SEGUNDA PARTE

Às 22 horas e 30 minutos reabriu a sessão.

O Sr. Ministro das Colónias (Paiva Gomes):—Sr. Presidente: aproveito a oportunidade para significar a V. Ex.a e à Câmara a viva satisfação que senti ao saber que o Sr. General Norton de Matos aceitara o cargo de Alto Comissário da província de Angola; e tanto maior foi a minha satisfação quanta, mais íoi a di-

ficuldade que tive na escolha dos homens para desempenharem esse alto cargo.

E eu sou tam sincero fazendo estas afirmações, quando ó certo — e a Câmara sabe bem! — que eu não era um apologista da criação do cargo de Alto Comissário, porque entendia que.com as cartas orgânicas na mão. e com as disposições bastante elásticas que elas encerram, um homem competente, bem "integrado no espírito moderno, podia fazer um bom governo.

É certo que por vezes o poder central talvez não tenha correspondido bem àquilo que as colónias desejam, e assim tem gorado a administração dos governadores ; mas também o facto inverso é verdadeiro, infelizmente.

Essas apreciações desvaneceram-se por completo, porém, desde que se sabe que dois homens foram escolhidos para superiormente dirigirem as colónias e que nessa escolha não teve interferência a política. O Governo que fez as propostas íoi buscar os homens sem se importar com o partido em que militavam.

Nunca deixarei de lhe regatear elogios a esse respeito.

Escolhido o Alto Comissário de Angola, eu vi o entusiasmo com que S. Ex.a, o Sr. Norton de Matos, tomara esse encargo para si, norteado pela fé de fazer da província um prolongamento da metrópole, e transformando-a num segundo Portugal.

Na idaa o estrangeiro do Sr. Norton de Matos, S. Ex.a conquistou grandes vantagens morais e materiais, e essa viagem trouxe o grande benefício de dar a S. Ex.a a certeza absoluta de que pode contar não só com os elementos nacionais, mas também com os elementos estrangeiros.

Sr. Presidente: a colónia de Angola é digna de todas as nossas atenções e dos nossos sacrifícios.