O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

18

Diário da Câmara dos Deputados

O Sr. Presidente: — Eu não me airigi a .V. Ex.a Eu disse que ponderaria à Câ-.nara...

O Orador:—Muito bem.

Sr. Presideute; os parlamentares socialistas votam a urgência da discussão do assunto que o Sr. Pais Eovisco deseja tratar. (Apoiados).

Procedemos assini porque, apesar do Sr. Ministro da Guerra ter declarado que já está entregue ao estudo do Conselho Disciplinar do Exército o assunto, nós entendemos que o Poder Legislativo jamais poderá abdicar do direito que tem do discutir todas as questões e muito principalmente as de moralidade, como esta ó uma delas.

Sr. Presidente: se o Conselho Disciplinar do Exército tivesse tomado já uma resolução sobre o caso sujeito ao sou ve-redictum, naturalmente, vir-se-ia dizer aqui que o assunto estava resolvido por quem de direito e, portanto, que nós não nos podíamos ocupar dele.

Nesta atitude os parlamentares socialistas nEo têm em mira fazer desta questão unia questão política.

Para os parlamentares socialistas esta questão é de moralidade, o questões de moralidade tratam-se sempre, em qualquer altura, e em todos os lugares.

O orador tião reviu.

O Sc, Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): — Sr. Presidente; ninguém poderá ter dúvidas acerca da posição que eu procuro marcar.

As minhas intenções traduzidas claramente pelas palavras que vou proferir são absolutamente diferentes das do Sr. António Granjo. S. Ex.a, chefe da oposição do Govôrno, procura fazer sobressair o aspecto político.

O Sr. António Granjo (i-nterronipe-iido):— S"ão quero fazer sobresair cousa nenhuma. A questão foi posta pelo Sr. Homem Cristo e eu aceito-a tal qual foi posta.

O Orador: —Há o péssimo hábito nesta Camará de só raríssimas vezes sor respeitado o liegirnento, no que se refere a interrupções. Este diz que qualquer orador uão poderá ser interrompido sem sua prévia autorização.

Nunca recusei permissão a que me interrompem, mas não quero que o façam sem que eu o autorize.

O Sr. António Gianjo:-—Apresento as minhas desculpas a V. Ex.a

0 Orador:—Há nesta Câmara um péssimo costume, repito, de não respeitar o Regimento.

1 Eu não costumo nunca recus.ar autorização a que me interrompam, iras fazê-lo sem minha licença, não, não, e não!

E lícito ao Sr. António Gra.ijo, chefe de iini partido de oposição ao Governo, procurar todos os incidentes políticos, ainda os mais insignificantes, ;para tirar aspectos políticos que entenda. Está na sua missão, e não serei eu qua lha conteste.

Mas esta questão não tem carácter político, e, se o tivesse, eu, que tenho dado provas do lealdade política, não teria dúvida, só fosse de justiça, retirar o meu apoio ao Governo.

O Sr. Homem Cristo levantou, no seu direito, uma questão, que em seu entender julgou de magna importância.

O Sr. Presidente do Ministério, em nónio do Governo, declarou que a questão levantada estava submetida a um inquérito, pois que o Governo, no uso do seu direito, tinha mandado inquirir o que só passava na guarda republicana.

O meu querido amigo o Sr, Pais R.O-visco requereu a generalização io debate.

Depois das palavras do Sr. Presidente do Ministério, esse mou querido amigo foi o primeiro a reconhecer que não havia o direito de tratar da questão.

Em seguida S. Ex.a pediu a palavra para uru negócio urgente.

Nessa altura o Sr. Vasco Bcrges fez a devida justiça à magistratura do nosso pais, dizendo que ela é incapaz de não cumprir o seu dever.

O Sr. Pais Rovisco desejava tratar de uiua questão aparte, que no meu entender e no de muita gente pode ter mn ponto de vista inoral.