O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

38

Diário da Câmara dos Deputados

rece a consideração e o respeito de pessoas honestas.

O indivíduo que fez as declarações de que o Sr, Ministro do Trabalho se serviu depois de dizer nesse documento que o Sr. Dias da Silva tinha recebido várias verbas, faz a confissão de que esse dinheiro tinha sido para a propaganda da política do partido por meio do jornal o Combate.

É possível que no critério a seguir se possam estabelecer divergências entre os diversos grupos desta Câmara e os Deputados socialistas.

Por mim declaro já que não posso aceitar como boa a doutrina daqueles que julguem que a doação feita pelos empreiteiros ao jornal socialista O Combate é um escândalo. Se assim fosse, não faltariam escândalos por esse país fora.

Todavia o caso está afecto à comissão parlamentar de inquérito. Confiado na honestidade dos indivíduos que a compõem a minoria socialista aguarda o resultado dos seus trabalhos, disposta a dar o seu voto a quaisquer sanções que hajam de tomar-se pela prática de actos criminosos se os houver.

Tenho dito.

O Sr. João Camoesas: — Há pouco, no decurso da sua exposição, o Sr. Dias da Silva, fez referencia ao meu nome afirmando que de palavras que me foram atribuídas tirara a conclusão de que a questão dos Bairros Sociais era uma questão política.

Eu deduzi, no entanto, que S. Ex.a não tinha bem a certeza de que eu pronunciara essas palavras. Todavia entendo dever dar à Câmara algumas explicações sObre o assunto.

Como o Sr. Cunha Leal, afigura-se-me que o assunto foi mal colocado. Vivemos na sociedade portuguesa numa perfeita atmosfera de estrumeira. E preciso deixarmos, duma vez para sempre, de fazer vitimas para fazermos exclusivamentejus-tiça ou contra os criminosos, ou contra os caluniadores dos homens.

Era preciso que em nome do partido político a que pertenço eu fizesse esta declaração. Ela era indispensável.

Há uma comissão de inquérito; a ela e

só a ela é que compete averiguar o que há sobre tam estranho caso.

Era só isto que eu tinha a djzer à Câmara.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra quando o orador haja devolvido as notas taquigráficas.

O Sr. Ladislau Batalha: — Sr. Presidente: a hora vai muito adiantada, mas eu tenho de dizer algumas palavras.

A verdade do mal é esta: à administração das obras continua a presidir um princípio burguês. Daqui vem todo o mal, desta organização nasceram todos os inconvenientes.

O caso está dependente de uma comissão de inquérito e, emquanto esta investigação não terminar, nós não podemos deliberar. Todavia, nós podíamos aprovar uma moção tendente a dar uma satisfação ao público.

j Com respeito ao complot deixe-mo o Sr. Ministro que eu me sorria!

V. Ex.a procedeu com precipitação, perdeu a serenidade e cometeu um abuso; prendeu cinco ou seis pessoas, privando--as da liberdade. Esta parte é que eu não lhe perdoo.

E realmente para admirar a facilidade com que se metem homens trabalhadores na cadeia, e gozam e são protegidos os grandes criminosos!

Tenho dito.

O Sr. Presidente : — Não está oiais ninguém inscrito; está encerrado o debate.

A próxima sessão é na seguE.da-feira, à hora regimental, com a seguinte ordem do dia:

Antes da ordem do dia: A de hoje.

Ordem do dia:

Parecer n.°. 711, que autoriza o Governo a negociar um acordo com a Companhia dos Tabacos de Portugal.

Parecer n.° 728, que encarrega a Caixa Geral de Depósitos de dirigir e executar os serviços da Agência Financial do Rio de Janeiro.

Está encerrada a sessão.