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Diário da Câmara dos Deputados

É um facto que ele afirma e que é necessário averiguar.

Os factos ficam assira inteiramente expostos em toda sua nudez.

O Sr. Josg de Almeida:—Mas a carta que V. Ex.a leu à Câmara era apenas assinada por um indivíduo, e os íactos a que ela alude já foram aqui desmentidos.

O Orador:—A carta que ali tem é a última.

Tudo isto ó demasiadamente escuro; e por isso é que há necessidade absoluta de verificar até onde pode chegar a responsabilidade do Sr. Augusto Dias da Silva, que de facto recebeu dinheiro. Parece ter-lhe sido entregue —o orador assim o crê— para sustentar o jornal O Combate. Mas ninguém pode acreditar que honestamente e semanalmente se possa retirar de lucros a quantia de 500$.

Não quere entrar neste momento na apreciação das várias irregularidades atribuídas ao Conselho de Administração dos bairros sociais; o seu apuramento está entregue à comissão parlamentar de inquérito, comissão esta que tem trabalhado, que continuará a tríibalhar, tendo os seus documentos. Crê bem que ela empregará todos os seus esforços de forma a que a Câmara seja o mais rapidamente possível esclarecida sobre a inteira verdade de todas essas irregularidades.

Por agora, e já que se falou acidentalmente no preço dos tejolos fornecidos ao 'Estado, e muito principalmente depois de aqui se ter falado na honestidade do engenheiro Cruz, que não é mais honesto que o engenheiro Correia, deve dizer o seguinte:

.Foi aberto concurso para o fornecimento de 500:000 milheiros de tejolos. Apareceram várias propostas, tendo sido escolhida a mais barata, isto é, a 70$.

Passado um mês, porém, apareceu uma carta do fornecedor, lastimando-se do con-trívto feito, tendo o conselho que acaba de ser suspenso aumentado o preço de 701 para 140$.

.Nro fornecimento de areia, de facto, o artigo era fornecido ao Estado a preço razoável, 'lê- Simplesmente para a sua condução era o Estado obrigado a fornecer o camião; de forma que cada 3 metros cúbicos de areia fornecidos ao Estado cus-

tavam 42$, quere dizer, ficava cada metro cúbico de areia ao preço de 14$, preço este por que hoje se podem adquirir 2 metros cúbicos.

Estes factos ligeiros, a que acaba de fazer unia simples referências, revelam a existência de certas irregularidades. £ Corno é que tendo havido um concurso para o fornecimento de tejolo ao preço de 70$, ele foi aumentado para 140.1, S3m se ter aberto novo concurso?

O Sr. Augusto Dias da Silva : —^ E para onde devia ir o Ministro se isso fosse verdade?

O Orador: — O aparte é inteiramente descabido. O Ministro nunca teve conhecimento desses factos, visto que a administração dos Bairros Sociais é autónoma.

Independentemente disso outros factos chegaram ao seu conhecimento, factos que, neste momento, estão senco apurados pela comissão parlamentar de inquérito. De relance citará um que f o:, referido no seu Ministério na presença d algumas pessoas que ali estão presentes.

Tratou-se dum fornecimento da madeiras. Fizeram-se várias propostas e alguém do conselho de administração, acercando--se de uni dos proponentes, pregu.nta-lhe: «^O Sr. quere ser servido? Quanto me dá?» Isto é uma ligeira amostra. A referida comissão de inquérito apurará o resto.

(iDepois, para que se procura lançar poeira aos olhos do público, afirmando 'que os fornecimentos feitos por esse conselho o eram sempre em esplêndidas condições, se., em muitos casos, assim não sucedia, como mais tarde se verificará?

Quanto ao caso das Minas de S. Pedro da Cova, ele, orador, deve /lizer que nem sequer conhece os Srs. Álvaro Dias e José Dias. O que sabe é que censurou o contrato realizado, afirmando cue em volta desse negócio havia qualquer cousa cue se lhe não afigurava decente. Esta é que é a verdade.