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Diário da Câmara doa Deputados

Em seguida, defende a administração dos bairros, citando factos para comprovar o zelo do concelho administrativo.

A propósito duma referência feita na acta lida pelo Sr. Ministro do Trabalho, do que se passara numa das reuniões no escritório da Bua do Ouro, a propósito dum caso ocorrido com as minas dê S. Pedro da Cova, o orador narra o que se passara quando ele fora Ministro, um contrato cdm aquelas minas que não passou, apesar de assinado, salientando que lhe tinha sido afirmado que a troco de 50 contos fora permitido à empresa a sua não aprovação.

Era então governador civil do Porto, o Sr> José Doniingttôs dos Santos.

O Sr. Ministro do Trabalho (DomingUes dos Santos): — V. Ex.a, Sr. Presidente, faz favor de preguntar ao orador, se trocou algumas palavras comigo sobre o assunto nessa ocasião.

O Orador: — Ele, orador, não quer acreditar que S. Ex.a esteja envolvido no assunto.

Não crê que algum homem público do seu pais tivesse recebido qualquer cousa dos 50 contos. Mas, acredita que influências políticas tenham evitado qUo semelhante contrato se executasse.

Compare a Câmara o seu sistema de ataque com o do Sr. Minis tf o do Trabalho.

Não admite por um instante sequer, a possibilidade de qualquer homem público ter recebido um centavo.

Admite sim que fosse a política que influísse no assunto para que o contrato não fOsse por diante.

Esse contrato ainda hoje está em casa do orador para onde o levou para recordação.

A única entidade prejudicada era o empresário.

O orador alude ao caso de tr6á ou quatro pessoas retinidas quererem lazer a revolução no Parlamento.

Quem inventou o complot, foi o Sr. Ministro do Trabalho, no seu gabinete, mandando timà, nota oficiosa para o Diário de Noticias dizendo que, tinha estado atrás de uma porta, a Ouvir.

Outra afirmação do Sr. Ministro do Trabalho é a de que tinha acusado

S- Ex.a de um negócio com-a guarda republicana, em Penafiel. O o_-ador jura pela sua honra que não sabe nada disso, que não conhece ninguém naquela cidade, e de que é incapaz de semelhante infâmia.

Sobre vales de 800£, tem a dizer, que Carlos Almeida Abrautes, ôsáe homem acusado de ladrão, ainda pouccs dias antes tinha pedido a um seu auigo, para ficar por fiador dele, para levantar uni vale de 400$, para vestir a nijlher e os filhos.

O que é um facto é que esse secretário tinha os seus ordenados todos comprometidos cm vaíes ao Conselho de Administração dos Bairros Sociais, o que não quere dizer nada visto que eles hão de sor liquidados.

Tudo isto é uma perfeita infanda, arranjada por indivíduos pouco escrupulosos.

Por aqui se vô a gente que rodeia o Sr. Ministro do Trabalho e que o leva a praticar actos pouco próprios do S. Ex.a

O que é um facto é que se tem feito a respeito dos Bairros Sociais uma perfeita cliantage, tendo-se dito cousas verdadeiramente extraordinárias, pretor.doudo-se assim ferir a honra de pessoas dignas o de todo o respeito.

O que parece incrível é que o Sr. Ministro do Trabalho assim se deixasse levar por pessoas pouco escrupulosas.

Ainda não há muitos dias, numa conversa havida em um café, alguém dizia a outra pessoa entre outras cousas que a administração dos Bairros Sociais era uni perfeito escândalo e que o Sr. Ministro tinha em seu poder documentos verdadeiramente comprometedores, palavras estas que foram ditas a um próprio empregado dos Bairros Sociais. Este respondeu-lhe que tudo isso era uma perfeita mentira, contestando-lhe o oucro que não, que era verdade e que o Ministro tinha na verdade documentos em seu poder e grandes revelações tinha de fazer ao ParJamento.

Esse empregado, porém, con;inuou a afirmar que era uma mentira, e pregun-1;anclo ao outro quem era, este rcspondeu--Ihe que era do gabinete do Ministro.

E é desta gente que o Sr. Ministro está rodeado e que o levou a trazer a esta casa do Parlamento essas cousas que ele, orador, não quere classificar.