O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 22 de Abril de 1921

França, como em África, porque então esses serviços eram reduzidos à simples manipulação dos medicamentos.

Assim, Sr. Presidente, apenas em 7 anos de serviço em qualquer farmácia, mesmo em qualquer farmácia afastada de Lisboa,-qualquer farmacêutico teria o necessário para desempenhar esse lugar. Mas agora não; por isso que se exigem conhecimentos mais vastos.

Hoje, Sr. Presidente, todos os farmacêuticos estão habilitados a desempenhar esse lugar, por isso que eles têm acompanhado par a par e passo a passo a sciência médica, estando, portanto, habilitadíssimos a desempenhar os serviços a que me tenho referido.

Sr. Presidente: eu não me quero alon-gar muito mais nas minhas considerações, e assim vou terminá-las dizendo que tratei o assunto sob o ponto de vista geral, não o tendo feito sob o ponto de vista especial ou feito qualquer referência pessoal. Porém se tiver que voltar a ele terei então de ser muito mais longo, lendo documentos, o que ser-me há muito desagradável, visto que é sempre repugnante ter de mostrar a incompetência de qualquer pessoa.

Por isso, Sr. Presidente, eu declaro que este projecto,|;e [para isto chamo a atenção do Sr. Presidente, tem de aguardar a presença do Sr. Ministro das Finanças, pois que trazendo um grande aumento do despesa e não tendo receitas equivalentes, vai de encontro à lei-travão, sendo por isso de toda a conveniência que o Sr. Ministro das Finanças nos diga se concorda ou não com ele.

Portanto, Sr. Presidente, vou terminar dizendo que tendo eu iniciado o debate poderei usar da palavra várias vezes, o terminando espero ouvir a crítica dos meus colegas nesta Câmara, sendo muito agradável para mina não ter que voltar ao assunto.

Porém se tiver de o fazer, desde já declaro que o farei com aquela largueza e com a sinceridade que costumo empregar nas minhas considerações, sem me preocupar em ferir ao de leve sequer a epiderme seja de quem f6r.

Tenho dito.

O discurso será publicado na integra quando j orador haja devolvido as notas taquigráficas.

O Sr. Ladislau Batalha: — Sr. Presidente: toda a Câmara ouviu — e Julgo que gostosamente — as considerações que acaba de fazer sobre o projecto em discussão., o nosso prezado colega Sr. Costa Júnior, considerações em que S. Ex.a revelou mais uma vez a sua erudição e que por completo nos elucidou sobre os diferentes reagentes farmacêuticos, a tal ponto, que nós, por vezes, tivemos a impressão de ver o director da escola de farmácia de proveta em punho, procedendo à análise química das urinas, pela acção dos reagentes azuis, verdes e encarnados em que o meu ilustre colega se mostra perito.

Na vida moderna o que mais importa aos estados- é exactamente a escolha de criaturas competentes para os lugares que são chamadas a desempenhar. Infelizmente tal princípio tem sido inteiramente descurado no nosso país, mercê de paixões utilitárias e políticas absolutamente condenáveis. Quando estive nos Estados Unidos tive ocasião de verificar que para ser médico, engenheiro ou advogado se não exigia aos candidatos, como entre nós, toda uma montanha do papelada, mas apenas uma prova prática em que a sua competência por completo se verificasse, e uma garantia da sua honorabilidade.

O Sr. Viriato da Fonseca: — Hoje já não é assim. Posso afirmá-lo porque ainda ante-ontem esteve em minha casa um médico que, desejando ir exercer a sua profissão para os Estados Unidos, o não conseguiu, visto que para isso era obrigado a frequentar novo curso.

O Orador: — Isso será hoje. Quando lá estive não era assim.

Eu li na Imprensa de Lisboa um suelto onde era atacado violentamente o oficial visado e desejando eu saber ao certo o que havia de verdade, pedi documentos. Desses documentos é que eu vou rapidamente extractar conclusões importantes para o esclarecimento do assunto:

O Ministério da Guerra que em 30 de Junho de 1919, só possuía na Farmácia Central 202.994^94, viu o seu haver pás-sar em 1920 para 323.062032.