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Diário d» Gâmmr* d*s Beputtdis

ferença de preço, e o denominador o preço novo. Mas como o denominador ó maior que o numerador, resulta que a própria diferença é imediatamente reduzida, pouco mais ou menos, a metade, pela multiplicação dum factor igual, pouco mais ou menos, a 54 por cento.

É a diferença que existe, a meu ver, para a sua execução; porém, ainda há mais, e é que se pretende que o decreto comece a ser executado desde a data da sua publicação, contando-so com todos os aumentos extraordinários a partir do exercício da Companhia, desde o ano de 1915-1916, e bem assim com a diminuição do fabrico e da venda, o que representa uma importância muito considerável.

Assim, Sr. Presidente, facilmente se chega à conclusão de que a conta de encargos por liquidar andará por uns 5:000 contos.

Assim se compreendo facilmente os receios que tenho manifestado ao Sr. Ministro das Finanças, não havendo, nestas condições, a mais pequena garantia.

Falou-nos, não há muito, um ilustre Deputado, que se ocupou do assunto que se debate, na situação dos operários da Companhia dos Tabacos.

Eu devo declarar à Câmara que conheço perfeitamente essa situação.

Assim, devo dizer que ó justamente com este pretexto de melhoria de situação aos operários que a Companhia dos Tabacos se apresenta, pretexto este que aliás ultimamente tem sido aproveitado por todas as companhias.

A Companhia tem obtido o juro correspondente ao seu capital, o, assim, entendo que desnecessário seria vir com esta exigência, e o que digo relativamente à Companhia dos Tabacos digo-o a respeito doutras companhias, isto ó, dos Fósforos, dos Eléctricos, Moagem, etc. (Apoiados). Eu conheço esse facto.

Eu conheço de perto a situação em que se encontram os manipuladores de tabaco. Ligado por estreitas relações com indivíduos pertencentes a essa classe, sei bem as condições em que eles se encontram, talvez melhor do que o Deputado socialista que falou sobre o assunto. Habituado a admirar essa classe, a que o País deve a maior obra realizada em matéria de organização operária, a Voz do Operário, de que eu sou sócio há perto de

vinte e cinco anos, não podem ÍLS minhas palavras significar o propósito de me opor a que se melhorem as condições desses operários; mas daí até o facto de me deixar conduzir por um critério de simples sentimentalidade ou de ordem pública vai uma grande distância, porque a questão é bastante grave e exige que um acordo da natureza deste, de que nos ocupamos no presente momento, tenha bases mais restritas que dalguma forma limitem a extraordinária amplitude de atribuições que o Sr. Ministro das Finanças pretende arrancar à Câmara.

Eu entendo por isso que temos o direito de exigir que o Sr. Ministro das Finanças nos explique, clara e categoricamente, o que pensa sobre o assunto.

Alirmou S. Ex.a que se a Companhia não quiser dar ao Estado aquilo que ele entende que ela deve dar, nada fará e nenhum acordo será efectivado. Mas, nesse caso, quere dizer, se o Sr. Ministro das Finanças vem pedir a esta Câmara uma autorização para dela usar não &abe ainda como, sem os indispensáveis elementos de estudo,

E verdade que eu não posso acreditar que S. Ex.a nos venha pedir uma tal autorização sem possuir os necessários elementos de estudo e apreciação, ts.nto mais existindo junto da Companhia um comissário do Governo que lá não está para outra cousa; mas o certo é que, pelo que ouvi, S. Ex.a parece não os posf.uir.

Depois, esta proposta é acompanhada por um parecer em que o seu rolator só vê obrigado a copiar o último relatório da Companhia.

Sr. Presidente: é de estranhar que venha ao Parlamento uma proposta desta natureza, absolutamente desprovida de elementos que nos habilitem a estudar uma autorização tam importante.

Com certeza que o Sr. Ministro das Finanças tem esses olementos.

O Sr. Domingos Cruz (interrompido'): — O Sr. relator declarou que não lhe tinham fornecido esses elementos. jE um assunto grave para que chamo a atenção do Sr. Ministro !