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Sessão de 28 de Abril de 1921

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nio Fonseca que criou uma subvenção de $50, o Sr. Cunha Leal e Sr. Inocêncio Camacho.

Dá-se, porém, a circunstância de que a Companhia e, principalmente, o comissário dos tabacos, que sempre muito promete, se nega no entanto constantemente a atender quaisquer reclamações, parecendo por vezes ter o maior desprezo pelo pessoal.

Para o provar basta recordar as palavras do Sr. Lúcio de Azevedo, que não conseguiu obter os necessários elementos para a elaboração do seu relatório.

Como disse, a Companhia está auferindo lucros espantosos, o que não admira, porque ao passo que aparecem no mercado as marcas novas que conseguiu criar, contra o que está determinado no contrato em vigor, e que lhe dá grandes lucros, o tabaco das marcas antigas some-se como que por encanto.

O Porto, por exemplo, fabrica muitíssimo tabaco do chamado ordinário — talvez mais de 700:000 quilogramas — mas este tabaco quási não chega a aparecer, dizendo-se que passa a fronteira para Espanha.

Para não alongar mais as minhas considerações e não fatigar a Câmara, termino pedindo mais uma vez ao Sr. Ministro das Finanças que tenha o cuidado de defender os interesses da classe operária que se emprega na manipulação dos tabacos, pois, se S. Ex.a o não fizer, mais ninguém o fará.

Tenho dito.

O Sr. Júlio Cruz: — Sr. Presidente: requeiro que a sessão seja suspensa para continuar amanhã.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Quanto ao adiamento, a Câmara já se não pode pronunciar.

Eu ia simplesmente suspender a sessão ato as 21 horas e meia, mas, como está inscrito apenas um Sr. Deputado, aguardo que S. Ex.a faça as suas consideraçães, pois que é mesmo provável que nem sequer haja necessidade de se fazer essa suspensão.

S. Ex.a não reviu.

O Sr. Ferreira da Rocha:—Sr. Presidente: o Sr. Júlio Cruz estava inteira-

mente no direito de fazer o seu requerimento, que deve ser submetido à aprovação da Câmara, visto que a sessãe prorrogada tanto pode ser interrompida para continuar logo à noite, como para continuar amanhã, como aliás várias vezes se tem feito.

O orador não reviu.

O Sr. Manuel José da Silva (Oliveira de Azeméis): — Sr. Presidente: a Câmara aprovando a prorrogação da sessão até se votar a proposta de lei que está na Mesa quis significar o interesse que tinha em que esse assunto fosse hoje discutido.

V. Ex.a pode suspender a sessão como entender, mas o que não pode é admitir o requerimento do Sr. Júlio Cruz porque pretende alterar completamente o pensamento da Câmara.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente: — Eu depreendi também que era desejo da Câmara discutir hoje o assunto.

De facto, se porventura não fosse este o seu pensamento, o requerimento que aprovou deveria conter doutrina diferente da que ele encerrava.

S. Ex.a não reviu.

O Sr. Carlos Olavo: — Sr. Presidente: o requerimento do Sr. Júlio Cruz é absolutamente contrário à doutrina do Regimento, visto que não se pode prorrogar uma sessão para o dia seguinte.

V. Ex.a, pelo Regimento, tem de marcar uma sessão todos os dias, menos ao sábado, e, se se admitisse o principio consignado em tal requerimento, ficava V. Ex.a na impossibilidade de dar execução à doutrina regimental.

O orador não reviu.

O Sr. Presidente:—A sessão vai prosseguir. Tem a palavra o Sr. Ferreira da Rocha.