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Diário da Câmara dos Deputados

É esta a niinha opinião, e creio que aesta forma respondo ao pedido de esclarecimentos que o Sr. Aboim Inglês mo fez.

Tenh/} .dito.

Vozes: — Muito bem.

O orador não reviu.

O discurso será publicado na íntegra, revisto pelo orador, quando restituir.^ revistas, às notas, taquigráfcas que U)e foram enviadas.

O Sr. Gunha Leal: — Regueiro que a sessão seja prorrpgada até que finde o debate.

Consultada a Câmara, resolveu afirma-ilvameate em prova e contraprova.

O Sr. António Francisco Pereira:—Ao iniciar a discussão deste projecto, eu marquei a minha posição. Eu cpntia.no u dizer a V. Ex.a o, à Câmara que a minha única intenção é simplesmente defender, até onde seja possível, os interess.es dos operários..

A discussão já vai longa e eu não a quero prolongar. O projecto que se discute já podia estar aprovado se o Sr. Ino-cênciq Camacho, quando Ministro das Finanças, tivesse usado da garantia que lhe dava a lei n.° 373. Se S. Ex.a não tivesse hesitações, pomo não as teve no contrato com a Companhia dos Fósforos, já tudo estava resolvido.

Pelo n.° 6.° do contrato em vigor, a Companhia não pode aumentar o preço dos tabacos senão 10 por cento e, nestas condições, o Ministro yern pedir unia autorização ao Parlamento, pára que o possa fazer dentro da legalidade.

A Companhia já aumentou mais de 200 por cento no preço dos tabacos, aumento que foi feito sem autorização do Estado e sem interesse para o mesmo' Estado, cometendo assim uma ilegalidade à face do contrato.

j Disse Q Sr. Leio Portela que a Companhia não estava em condições tam precárias que pedisse ou precisasse pedir um aumento! Tanto melhor; se a Companhia está rica, o Estado deve-lhe arrancar não 4:000.000$, mas o mais que puder para beneficiar o Tesouro e o pessoal operário e no o operário.

A, Oompanhift t^m U dentro horaon»

muito inteligentes e que percebem muito bem do ramo de tabacos, G é preciso a. máxima cautela em estabelecer o acordo, porque os directores não pensam em outra cousa senão em tabacos; repito, há lá homens muito inteligentes e ó preciso que o Sr. Ministro das Finanças se revista de toda a sua inteligénsia e boa vontade para poder arrancar o que devo arrancar à Companhia.

Deve parecer estranha a minha situação e atitude, pois sendo ou contrário a que as companhias tenham grandes lucros, agora entenda o contrário; mas do-sejo-o, muito principalmente, pura atender à situação dos operários que devem partilhar dôsses lucros.

Mais uma vez faço o pedido ao Sr. Ministro das Finanças para quo ccnsiga que a Companhia atenda as reclamações dos seus operários, pois me parece que a Companhia não está nessa disposição.

O Sr. Lúcio de Azevedo disse que havia ressoai muito bem pago. Se isso sucede será com o pessoal do escritório o com o pessoal superior, mas nLo com os operários, que só estiveram b3in pagos quando foi da régia . . .

O Sr. Aníbal Lúcio de Azevedo:—Eu disse que parto do pessoal estava numa situação desafogada.

O Orador: — O Sr. Ferreira da Bocha e outros membros desta Câma-ra sabem que só no tempo da régie é que os trabalhadores da Companhia dos Tabacos estavam bem pagos, eram mesmo os mais bem pagos, no meio operário d6s?e tempo, mas hoje para um operário ganhar 4$ diários tem de fazer um grande esfQrco, de contrário só ganhará 2$.

No Porto a situação é precária.

Ainda há pouco tempo tive ensejo de ali presencear factos que profundamente me impressionaram, pois que, na realidade, a situação do pessoal dos tabacos do Porto é verdadeiramente precária e angustiosa, havendo alguns operários que andam inteiramente esfarrapado».