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disposições legais, e procedendo-se p-Ta a sua aceitação como se procedera em idênticas circunstâncias, eu, por estas razões e por recear que o crédito do Estado fosse prejudicado, entendera que devia defender a efectivação desses contratos, muito embora reconhecesse que os meus colegas do Governo, e em especial o Ministro das Finanças, também procuraram bem servir o país, não efectivando ti contratos e adquirindo o trigo em melhores condições, visto o mercado ser-nos mais favorável. E de tal modo me ccndu-zi, que, num país como este de fáceis suspeiç.ões, é para agradecer a campanha que agora surgiu da parte dos interessados, culpando-me de graves prejuízos para o Estado por julgar-me o responsável na anulação desses contratos.

Agora vamos entrar noutra parte, deveras interessante, desta,questão que pretende tornar-se uma fita. de cinematógrafo, em várias jornadas e grandes quadros.

Em quanto sobre os contratos havia esta divergência de opiniões e aguardava-se o parecer da Procuradoria, o director geral do Comércio Agrícola começou enviando para a Direcção Geral da Fazenda Pública, com certa insistência, vários ofícios acompanhando pedidos do abertura do crédito que a Torlades fizera para os seus carregamentos.

Assim, em 27 de Dezembro de 1920, o director do Comércio Agrícola n-metia para a Direcção Geral da Fazenda cópia duma carta da Torlad' s, referente ao vapor Iluntsclieed, sobro a qual o Sr. Ministro das Finanças lançou o seguinte despacho da mesma data:

«Responda-se que só se pode abrir o crédito nos primeiros dias de Janeiro».

Este despacho foi comunicado directamente àquele director.

Em 29 nova carta da Torlades e novo ofício do mesmo director, sobre o carregamento do vapor Nora Saliari. Foi lançado nas Finanças, em 30 de Dezembro, o seguinte despacho:

«Responda-se que nos primeiros dias de Janeiro se abrirá o crédito pedido na totalidade. Mas pode abrir-se desde já um crédito de £ 165:000 para um dos carregamentos 9 s

Diário da Câmara dos Deputados

Este despacho também foi comunicado directamente ao mesmo director do Comércio Agrícola.

Acusou o director Geral do Comércio Agrícola a comunicação dos despachos do Ministério das Finanças, e nunca me informou do que a tal respeito só passava.

Em 6 de Janeiro recebi da Sociedade Torlades, por intermédio desta Direcção Geral, um ofício pedindo fácil i d,ido de pagamento para um pedido de abertura de crédito que fizera em 31 de Dezembro para as Finanças, e surge na mesma data outro interessado — a Sociedade Portuguesa Importadora e Exportadora, Limitada— a reclamar a abertura do crédito para o eeu fornecimento cují, proposta fora aceita no tempo do Governo Granjo.

Querendo inteirar-me do que havia, despachei em 6 deste mês sobro o ofício n.° 54, que acompanhava a carta da Torlades :

«A Direcção Geral do Comércio Agrícola.— Informe sobro o assunto deste ofício ».

Pouco depois espalhava-se que já havia créditos abertos a favor da Torlades, o que me levou a convidar o Sr. Bento Mfmtua, director geral interino da Fazenda Pública, a comparecer no meu gabinete, sabendo eu então que na verdade já tinham sido abertos os crédilos para a Torlades, em consequência dos ofícios do Comércio Agrícola que foram considerados como equivalendo a pedidos de abertura de crédito, e ainda porque supuseram que eu tivesse conhocime-ito de tal correspondência.

Para a outra reclamante, a Sociedade Portuguesa Importadora e Exportadora, Limitada, não havia sido aberto o crédito, porque à data da sua reclamação já estavam abertos ou consignados por despacho ministerial os créditos para a Torlades, e, quando- nFiO estivessem, seria mais fácil abrir os créditos para cada uni dos carregamentos da Torlades do que para a totalidade do fornecimento do outro fornecedor, em virtude da falta de disponibilidades.

Creio que foram estas as explicações que recebi.