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Sessão de 13 de Maio de Í921

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Ministro da Agricultura é o director geral para se ouvirem os reclamantes.

O Orador: — Por sua vez o director geral do Comércio Agrícola, em resposta ao meu citado despacho de 6 de Janeiro, declarou que não pedirá a abertura do crédito e que, em harmonia com os seus1 processos de trabalho, «e limitava, na sua qualidade de director geral, a enviar para a Direcção Geral da Fazenda a cópia da correspondência relativa aos pedidos do créditos que os interessados lhe remetiam.

Na dúvida de que ele tivesse procedido assim para proteger determinado interessado, preferi abster-me do qualquer procedimento.

E, como estava na disposição de atender todos os interessados, por motivo do parecer da Procuradoria Geral da República, ficava remediada a situação que se criara com a conduta desse funcionário.

Não pude, porém, dar cumprimento à minha resolução, por causa da declaração do Sr. Granjo, a que já me referi, e por causa da crise ministerial.

Creio que defini bem as responsabilida-dês desse director geral do Comércio Agrícola e as que me cabem pela abertura desses créditos; £ pois sabem V. Ex.as quem procuraram envolver como sendo o responsável na abertura dos créditos à Torlades?

O Ministro da Agricultura.

Esse director geral do Comércio Agrícola que de tudo tivera conhecimento e que em vista das informações que recebeu das Finanças tivera tempo e muito tempo para prevenir o Ministro, d P que estavam sendo abertos créditos para a Torlades, o que podia motivar reclamações do outro interessado.

Nada então o caso o preocupou, como se, conseguida a abertura de créditos para a Torlades, em consequência dos seus ofícios, o outro interessado também tivesse de ser contemplado.

E daí as campanhas para cima do Ministro, julgando-se assim o processo mais rápido para me forçarem a trabalhar para que todos fossem servidos.

Enganaram-se, porém, na porta que tentaram forçar*,

Eli, Sr. Presidente; quando li este documento tam desleal, tam cheio de má fé, senti me tomado da maior indignação, pois nunca previra que esse funcionário, que tivera iuterferência tam directa na abertura desses créditos, assinasse em nome da comissão de trigos um ofício, dando-se como estranho ao assunto e procurasse alijar as suas responsabilidades sobre o Ministro que de nada fora informado !

Em face de tal ofício, ordenei ao secretário geral do Ministério que oficiasse à comissão importadora de trigos, relatando a verdade dos factos, terminando por estranhar que essa comissão de que fazia parte, como presidente, o Director do Comércio Agrícola, não tivesse por este sido devidamente informada dês s factos, que eram do seu conhecimento e não do Ministro da Agricultura. Ao mesmo tempo ordenei uma sindicância aos actos desse director. (Apoiados}.

E, para imprimir a maior correcção a todos os meus actos, deixei o meu despacho à apreciação do meu sucessor, visto encontrar-rne demissionário à data em que esse director mo enviara o tal ofício de boas despedidas.

Não sei Sr. Presidente; qual o resultado dessa sindicância, creio, porém, que está dormindo o sono das cousas esquecidas, servindo-me isto de lição para que de futuro não adopte o critério que tomei por estar demissionário. Outros tempos, outros costumes.

Eis, Sr. Presidente, o escândalo que eu pratiquei, como se diz em certos jornais, profissionais do escândalo, sobre a abertura de créditos para pagamento de carregamentos de trigo mais caros, em prejuízo de carregamentos mais baratos.

E assim se escreve a história e se respeita a verdade!

Vozes:—A esses jornais não se responde.

O Orador:—Assim o tenho feito; podem dizer o que quiserem.

(j Mas há contratos ou não?