O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

Sessão de 16 de Maio de 1921

25

se tem feito o aferimento do caudal dos nossos rios e dos cursos da vazão sendo desconhecido o coeficiente de escoamento e o escoamento unitário das bacias dos nossos rios.

E necessária a irrigação em muitos dos nossos campos pela construção de albufeiras, abertura e melhoramento de canais, aprovei.amento dos cursos de água, estabelecer e facilitar a navegação fluvial; todos estes assuntos ou não se iniciam ou não se completam.

Em 1880, no mês.de Novembro, foi nomeada uma comissão com o fim de estudar «o plano geral das obras que conviria fazer para melhorar o regime do Tejo» e de indicar um plano de beneficia-mentò dos terrenos do país por meio de irrigações.

Os estudos feitos por esta comissão e os seus alvitres não foram executados e foram esquecidos, até que em Janeiro de 1910 foi nomeada outra comissão encarregada de propor «um plano geral de melhoramentos no Tejo» com os alvitres mais conducentes à realização do plano de obras formulado, fez esta comissão os estudos e, até hoje, nada.

Os resultados são os que seguem e que foram publicados numa publicação da especialidade :

«Passa de 150:000 hectares a área que,, do Arrepiado à Póvoa de Santa Iria, o Tejo inunda e os prejuízos que se registam após uma cheia, em culturas perdidas, gado morto, alteração de terrenos que ficam rasgados e açoreados, valores arrebatados, diques destruídos, povoações arruinadas, paralização dos trabalhos, de que resulta imediatamente a fome, não são fáceis de calcular, mas um inquérito a que procedemos, depois da última cheia de 1912, deu-nos os seguintes números, muito susceptíveis,-é claro, de correcção, mas que nem por isso deixam de dar ligeira idea dos seus desastrosos efeitos:

Terrenos com cultura, inundados, 50:000 hectares a 15$ 750.000$

Gado morto :

300 ovelhas a 2$. . . . 600$

15 cavalos a 40$ .... 600$

8 bois a 50$...... 400$

Soma e segue . , , 1.600$

Transporte . . . 1.600$ Valores arrebatados:

Lenhas........ 250$

Madeiras....... 3.200$

Palhas.......... 1.500$

Valores destruídos .'.... 50 000$

Terras que se se não podem tornar a cultivar nesse ano:

Valor da renda..... 80.000$

Desvalorização de terras

alvercadas e açoreadas 18.000$ Despesas extraordinárias

de ocasião...... 38.000$

942.550$

Não nos foi possível apurar das perdas em gados e outras despesas que a inundação causou da Golegã ao Arrepiado, mas estamos convencidos de que, se fixarmos os prejuízos.em 1:000.000$, não haverá exagero».

No artigo 23.° do capítulo 4.° está inscrita a verba de 10.000$ para estudar a construção de albufeiras, obras de drenagem, colmatagem e irrigação. Esta verba já há anos que não tem sido utilizada para este fim, e mesmo com esta quantia nada se poderia fazer.

Existem é certo elaborados e orçamentados os projectos de duas barragens no Sorraia.

A barragem da Torrinha e a do Subia-do coiy a capacidade de 121 milhões de metros cúbicos, podendo encher-se três vezes por ano. A área dos terrenos irrigáveis é de 40.000 hectares nos campos de Alcochete, Coruche o Benavente; o orçamento feito é o seguinte: